Paulo Guedes: ex-ministro da Fazenda de Bolsonaro é ouvido pelo STF nesta quinta (Washington Costa/ASCOM/ME/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 29 de maio de 2025 às 07h16.
Cinco ex-ministros do governo de Jair Bolsonaro devem prestar depoimento nesta quinta-feira, 29, como testemunhas da ação penal da trama golpista. Está programada a fala de Paulo Guedes (Economia), Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), Adolfo Sachsida (Minas e Energia) e Célio Faria (Secretaria de Governo). Os cinco foram indicados pela defesa do ex-ministro Anderson Torres, que é réu no processo, ao lado de Bolsonaro e de outras seis pessoas.
A defesa de Torres deve questionar os ex-ministros sobre a participação deles em uma reunião ministerial ocorrida em julho de 2022. De acordo com a PGR, nesse encontro houve um discurso de Bolsonaro e de ministros "voltado para mobilizar agentes públicos de alto escalão contra o funcionamento regular do sistema democrático".
Nessa semana, os ex-ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Victor Godoy (Educação) já prestaram depoimento e negaram terem visto uma intenção golpista na reunião ministerial.
Para esta quinta-feira também está prevista a fala de Adler Anaximandro de Cruz e Alves, que foi advogado-geral da União substituto, também indicado pela defesa de Torres. As audiências ocorrem por videoconferência e são conduzidas pelo relator da ação, ministro Alexandre de Moraes.
Ao todo, estão programados depoimentos de 13 ex-ministros de Bolsonaro. Na sexta-feira devem ocorrer as falas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do senador Ciro Nogueira (PP-PI), do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e de Gilson Machado Neto. Já na segunda está prevista a fala do senador Rogério Marinho (PL-RN) e do ex-ministro Marcos Pontes.
A expectativa é que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-presidente e dos demais réus ocorra neste ano. Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.