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Tráfego na BR-163 (PA) volta a ser interrompido devido às chuvas

A BR-163 é a principal ligação entre a maior região produtora de grão do país, em Mato Grosso, e os portos da Região Norte

Chuva forte e tráfego intenso de caminhões levaram à formação de atoleiros na BR-163, no Pará (Divulgação/Exército/Agência Brasil)

Chuva forte e tráfego intenso de caminhões levaram à formação de atoleiros na BR-163, no Pará (Divulgação/Exército/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de março de 2017 às 17h25.

O tráfego na BR-163, no sudoeste do Pará, voltou a ser interrompido às 9h de hoje (4) por causa da chuva forte na região, informou o Exército. A rodovia ficará interditada até avaliação sobre o seu estado. Na noite de ontem (3), os caminhões começaram a ser liberados no sentido do município paraense de Miritituba. Mais cedo, o fluxo no sentido sul, em direção a Mato Grosso, também havia sido liberado.

A BR-163, conhecida como Rodovia Cuiabá-Santarém, é a principal ligação entre a maior região produtora de grão do país, em Mato Grosso, e os portos da Região Norte, principalmente em Miritituba e Santarém, no Pará.

Há duas semanas, por causa das chuvas intensas na região e do aumento do tráfego de caminhões carregados, vários pontos de atoleiros se formaram em um trecho de 47 quilômetros (km), localizado entre as comunidades de Santa Luzia e Bela Vista do Caracol. A fila de caminhões chegou a ocupar mais de 50 km.

O Exército e a Polícia Rodoviária Federal estão trabalhando nos pontos de retenção em apoio ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que faz a manutenção da rodovia, e à Defesa Civil de Itaituba, que presta auxílio aos motoristas e suas famílias e aos moradores dos vilarejos próximos à estrada.

Segundo o Dnit, 756,6 km da BR-163 no Pará estão pavimentados, faltando 190 km. Desde a divisa com Mato Grosso até Miritituba, faltam 100 km para serem asfaltados. Em 2016, foram asfaltados 20 quilômetros. O trecho da rodovia onde se verificam os pontos críticos devido às chuvas será pavimentado este ano, de acordo com o Dnit. A meta é asfaltar 60 km em 2017 e concluir o asfaltamento até o porto de Miritituba até 2018.

O órgão informou que, até a conclusão das obras, serão adotadas medidas emergenciais, como o controle de tráfego e a drenagem para escoar água da estrada, dando passagem aos veículos, especialmente os caminhões com cargas mais pesadas.

Economia de R$ 1,4 bilhão

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a conclusão da obra da BR-163, iniciada em 1973, levará a uma economia de R$ 1,4 bilhão por ano com o transporte de cargas. Divulgado em 2013, o estudo BR-163: Quebra de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior aponta que a economia resultará da redução de gastos logísticos ao mudar a via de exportação do Sul e Sudeste para os portos do Norte do Brasil, uma rota mais curta e mais barata. "Para se ter uma ideia, a conclusão da estrada reduziria de três a cinco dias a viagem de navio entre o Brasil e a Europa se comparado à rota partindo de Santos (SP) ou Paranaguá (PR)", informou a CNI, ao destacar que a viagem entre os portos das regiões Sul e Sudeste e a Europa demora em torno de 15 dias.

Segundo a CNI, na direção inversa, a rodovia também possibilitará que mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, como motos e eletroeletrônicos, sejam movimentadas para a Região Centro-Sul a partir de Santarém, reduzindo dois dias em relação à rota utilizada atualmente. Hoje, a produção de Manaus é transportada via barcaça até Belém e segue por 2,9 mil quilômetros por rodovia até a capital paulista.

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