Brasil

Trabuco recusa convite de Dilma para a Fazenda

Presidente do Bradesco disse se sentir "honrado" com a oferta, mas alegou compromissos à frente do banco para não aceitar o comando da economia


	Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco: recusou convite de Dilma para substituir Guido Mantega
 (Germano Luders/Exame)

Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco: recusou convite de Dilma para substituir Guido Mantega (Germano Luders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 20h44.

Brasília - O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou o convite para substituir Guido Mantega no Ministério da Fazenda.

Em conversa com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, na quarta-feira, 19, Trabuco disse se sentir "honrado" com a oferta, mas alegou compromissos à frente do Bradesco para não aceitar o comando da economia.

A recusa representou mais um desgaste para Dilma, que não consegue definir quem vai dirigir a principal área do governo num momento de turbulência econômica e crise política.

Diante do "não" do presidente do Bradesco, porém, Dilma se encontrou nesta quinta-feira, 20, com o economista Nelson Barbosa, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda e é cotado para assumir a vaga de Mantega.

Trabuco esteve com Dilma junto com Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco. Um executivo disse ao jornal "O Estado de s. Paulo" que o pedido de Dilma chegou a ser "agressivo".

Ele, porém, está sendo preparado para o lugar de Brandão e foi com essa justificativa que ele decidiu permanecer no Bradesco.

Colaborador do Instituto Lula, Barbosa deixou o ministério em junho do ano passado porque entrou em rota de colisão com o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Agora, porém, Dilma deve tirar Arno do Tesouro e há quem diga que ele será transferido para Itaipu Binacional.

Ela corre contra o tempo para produzir uma agenda positiva que se contraponha ao desgaste da Operação Lava Jato, a investigação da Polícia Federal responsável por desbaratar um esquema de corrupção na Petrobrás.

No fim da tarde de hoje, após sair do velório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, a presidente e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tiveram nova reunião para a montagem do ministério, em São Paulo.

A escolha de um ministro da Fazenda afinado com o mercado é considerada fundamental para Dilma dar um sinal de que, no segundo mandato, terá uma política econômica mais ortodoxa, mesmo sem fazer o ajuste fiscal necessário para equilibrar as contas públicas.

Barbosa, porém, não tem exatamente esse perfil.

Em mais uma reunião reservada com Dilma, na terça-feira à noite, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a ela que, se dependesse de sua opinião, o sucessor de Mantega seria o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.

Dilma, no entanto, avalia que Meirelles é independente demais para o que ela deseja.

O ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy, hoje administrador do Fundo do Bradesco, também vem sendo citado para ocupar a Fazenda. A presidente e a cúpula do PT, no entanto, têm resistências ao "conservadorismo" de Levy.

Ele esteve no comando do Tesouro durante o primeiro mandato de Lula, quando Antonio Palocci era ministro da Fazenda, e comprou várias brigas com os petistas. Depois, foi secretário da Fazenda do Rio, na gestão de Sérgio Cabral.

No Banco Central tudo indica que o atual presidente da instituição, Alexandre Tombini, continuará no posto. Para o Banco do Brasil, até o momento, o nome em alta é o de Paulo Caffarelli, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

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