Beltrame não quis precisar quando haverá a ocupação do restante do Complexo da Maré (Marino Azevedo/Governo do Rio de Janeiro)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2013 às 17h23.
Rio de Janeiro – O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse hoje (3) que o programa de retomada das comunidades, por meio das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), não sofrerá descontinuidade, como teme parte da população.
Em entrevista no Quartel-General da Polícia Militar, onde fez um balanço da ocupação do conjunto de favelas do Caju e da Barreira do Vasco, após uma operação deflagrada ainda de madrugada que envolveu 1.400 homens das forças estadual e federal, Beltrame disse que o ”programa [UPP] não vai parar, a polícia não vai sair e, se houver necessidade, haverá aumento de efetivo”.
Beltrame reafirmou que o projeto das UPPs é fruto de planejamento maior, que não visa apenas a grandes eventos esportivos ou religiosos. “Não estamos fazendo um projeto para Olimpíadas, Encontro Mundial da Juventude, Copa do Mundo ou Copa das Confederações. É um projeto para o cidadão fluminense. Preparar esta cidade para um evento não significa encher de polícia, fazer um evento maravilhoso, e na segunda-feira a polícia vai embora e fica o cidadão viúvo de segurança.”
O secretário reconheceu que ainda existem focos de resistência dos criminosos em algumas localidades pacificadas, mas disse que isso já era esperado. “Tiroteio nas UPPs podem acontecer, estão acontecendo e poderão continuar acontecendo. Não temos garantia nenhuma de que alguém, em um lugar desses, não tenha uma arma de fogo e não tente fazer alguma coisa contra a polícia. Interesses estão sendo constrangidos e provocados. E obviamente seria uma ingenuidade dizer que essas pessoas vão virar as costas e largar isso na mão da polícia.”
Beltrame não quis precisar quando haverá a ocupação do restante do Complexo da Maré, região vizinha às favelas do Caju e da Barreira do Vasco, mas disse que é só uma questão de tempo. Ele disse também que, até 2014, chegarão a Niterói e à Baixada Fluminense as primeiras UPPs, até agora restritas à capital.