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Trabalhadores rurais mantêm ocupação em prédio do Incra

A pauta central dos trabalhadores rurais continua sendo a questão fundiária


	Maranhão: a demanda para a reforma agrária no Maranhão é superior a 5 milhões de hectares.
 (Wikimedia Commons)

Maranhão: a demanda para a reforma agrária no Maranhão é superior a 5 milhões de hectares. (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2013 às 13h16.

Brasília - Trabalhadores rurais decidiram permanecer acampados por tempo indeterminado na Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Maranhão e na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Agricultura Familiar (Sedes), em São Luís, depois que as negociações por regularização fundiária no estado não avançaram.

Neste momento, o superintendente José Inácio Sodré Rodrigues está em reunião de negociação com os trabalhadores rurais. Os protestos começaram ontem (19) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) informou que no Incra estão cerca de 600 pessoas e na Sedes, mais de 400.

“Estamos esperando mais 1.500 pessoas. A conversa com o Incra não avançou. O superintendente do órgão não deu uma resposta que contemple a pauta. Então, estão vindo mais trabalhadores para se concentrar aqui por tempo indeterminado”, informou o secretário de Política Agrária da Contag, Zenildo Pereira Xavier.

A pauta central dos trabalhadores rurais continua sendo a questão fundiária, informou Zenildo. Segundo ele, existem muitas áreas no Maranhão que são da União, propícias à reforma agrária, mas o Incra não faz vistoria e os processos se arrastam há mais de sete anos, sem uma resposta para as famílias que esperam ser assentadas.

Outras áreas, destacou o secretário da Contag, estão em mãos de grileiros e deveriam também ser destinadas à reforma. Ele também denuncia a violência no campo e a falta de proteção aos trabalhadores.


“Os trabalhadores são ameaçados. São conflitos nessas áreas, relativos à disputa pela terra. Em todo o estado do Maranhão há um conflito muito intenso, com a violência resultante do conflito agrário. Estamos esperando que tanto o Incra quanto os governos do estado e federal nos ajudem para evitar que mais trabalhadores percam a vida em defesa de um projeto que também é papel do Estado”, disse.

Nas estimativas de Zenildo Pereira, a demanda para a reforma agrária no Maranhão é superior a 5 milhões de hectares. Segundo ele, a proposta do Incra não atende nem a um terço da demanda dos trabalhadores rurais. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial.

“Acredito que temos mais de 400 mil famílias acampadas aguardando a liberação dessas áreas. O Maranhão é um dos maiores estados em questão de publico demandante para a reforma agrária”, garantiu.

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