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Trabalhadores portuários iniciam paralisação contra MP 595

Na próxima terça-feira, os trabalhadores marcaram outra paralisação de seis horas


	A administração portuária de Santos afirmou que ainda não era possível saber que tipo de operação a paralisação prejudicava
 (Germano Lüders/EXAME.com)

A administração portuária de Santos afirmou que ainda não era possível saber que tipo de operação a paralisação prejudicava (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 10h15.

Santos - Trabalhadores portuários iniciaram nesta sexta-feira uma paralisação de seis horas em Santos e outros portos do país para protestar contra Medida Provisória 595, que muda regulamentações e incentiva investimentos privados no setor, disseram representantes de sindicatos.

"A adesão é total, começou a mobilização", disse à Reuters o 1o secretário do Sindicato dos Estivadores de Santos, Cesar Rodrigues Alves.

O protesto ocorre em um momento em que o Brasil começa a escoar uma safra recorde de soja, estimada para superar 80 milhões de toneladas.

Os sindicalistas argumentam que as mudanças propostas pelo governo, dentro da MP que visa aumentar a eficiência dos terminais brasileiros e realizar investimentos públicos e privados de 54,2 bilhões de reais no setor, vão fragilizar as relações de trabalho da categoria. Ainda não estava claro que tipo de operação portuária a paralisação afetou.

O protesto também ocorre no porto de Paranaguá (PR), segundo a assessoria de imprensa da administração portuária local.

Santos e Paranaguá são os dois principais portos para embarques de commodities agrícolas do Brasil.


A paralisação ocorre apesar de um pedido de liminar do governo contra a greve ter sido deferido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A assessoria de imprensa do TST confirmou a decisão provisória, mas não tinha mais detalhes sobre eventuais multas que os sindicatos terão que pagar por desrespeitarem a liminar.

"Não cancelamos a paralisação porque elas já estavam marcadas. Por sinal, o governo só aceitou negociar porque íamos paralisar", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical e um dos líderes do movimento.

Segundo Silva, 30 mil trabalhadores no país pararam as atividades nesta sexta-feira. A afirmação do deputado foi feita antes de uma reunião com representantes do governo para negociar eventuais mudanças na MP.

O protesto deve ocorrer até as 13h, segundo informaram anteriormente os sindicatos. Na próxima terça-feira, os trabalhadores marcaram outra paralisação de seis horas.

A manifestação também ocorre no porto de Vitória. Segundo o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos (Conttmaf), José Adilson Pereira, apenas no porto capixaba pararam 1.700 trabalhadores do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), o que teria afetado o trabalho dos outros 10 mil trabalhadores do porto público e dos terminais privados.


Exportação de grãos

Não havia informações disponíveis sobre os efeitos para os embarques de grãos.

O protesto ocorre justamente no início do escoamento de uma safra em que se espera que o Brasil colabore para reforçar os estoques globais da soja após uma quebra da colheita em 2012 nos Estados Unidos, tradicionalmente o líder na produção.

Estima-se que o Brasil deverá liderar a produção e a exportação global de soja na temporada 2012/13.

A administração portuária de Santos afirmou que ainda não era possível saber que tipo de operação a paralisação prejudicava.

A paralisação deve afetar principalmente a movimentação de contêineres, já que o transporte de grãos, realizado por meio de esteiras até os navios, exige menos mão de obra, segundo um corretor.

Representantes das empresas logística Santos Brasil, Triunfo Participações e ALL não estavam imediatamente disponíveis para comentar sobre os efeitos da paralisação.

Atualizado às 10h13min

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