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Trabalhadores encerram greve de dois dias no porto de Santos

As greves começaram de forma inesperada ao meio-dia de terça-feira nos principais portos do sudeste do país, em Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio de Janeiro (RJ)


	Porto de Santos: os estivadores protestavam contra a Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, atualmente em análise no Congresso
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Porto de Santos: os estivadores protestavam contra a Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, atualmente em análise no Congresso (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 16h28.

São Paulo - Trabalhadores do importante porto de Santos voltaram ao trabalho na noite desta quarta-feira, encerrando dois dias de greves nos principais terminais portuários do país que provocaram impacto limitado no movimento de cargas.

As greves começaram de forma inesperada ao meio-dia de terça-feira nos principais portos do sudeste do país, em Santos (SP), Paranaguá (PR) e Rio de Janeiro (RJ). Mas na tarde desta quarta-feira, trabalhadores em Santos eram os únicos que ainda estavam paralisados.

Os estivadores protestavam contra a Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, atualmente em análise no Congresso. Eles temem que o projeto de reforma não proteja suficientemente os direitos da categoria, uma vez que permitiria potenciais novos investidores nos terminais, que poderiam realizar a contratação de trabalho não sindicalizado.

"Voltamos ao trabalho às 19h e tudo voltará ao normal" na quinta-feira, disse o secretário do Sindicato dos Estivadores no porto de Santos, Carlos Rodrigues Alves.

O projeto pode atrair bilhões de dólares em novos investimentos ao permitir que investidores privados administrem alguns dos portos do país. Os defensores acreditam que isso poderia tornar os portos mais eficientes.

Em meio a intensos debates, a Câmara dos Deputados corre para votar os destaques ao texto-base da MP dos Portos nesta quarta-feira, a tempo de enviar a matéria para o Senado, onde deverá ser apreciada até quinta-feira, quando perde a validade.

Os terminais portuários brasileiros cobram alguns dos preços mais altos do mundo para transportar mercadorias. Parte do alto custo decorre de contratos trabalhistas, mas a burocracia, os impostos e falta de concorrência entre os terminais também são culpados.

A presidente Dilma Rousseff deu alta prioridade ao projeto, em seu esforço para melhorar a infraestrutura do país, que se tornou um entrave ao crescimento econômico.


A greve afetou a movimentação dos navios em Santos, com 14 das 35 embarcações nos ancoradouros não realizando carregamentos por conta da greve, segundo um porta-voz do porto, Alexandre Soares.

Normalmente, cargas a granel como soja e milho são menos afetadas por greves de trabalhadores, pois exigem menos pessoal. A circulação de produtos em contêineres, como café, açúcar ensacado e carnes são mais vulneráveis às greves.

A agência marítima Williams disse que a greve não afetou o carregamento de açúcar bruto a granel no porto, mas desacelerou o carregamento de açúcar ensacado por causa da falta de estivadores.

Autoridades do Porto de Paranaguá afirmaram que o movimento estava voltando ao normal após a greve desacelerar as operações na terça-feira.

O Brasil está no meio da exportação de uma safra recorde de soja, enquanto lavouras de café e açúcar devem chegar aos portos sobrecarregados em semanas.

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