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Torcedores violentos estão entre fatores de risco para Copa

O plano, elaborado pela Secretaria Extraordinária para a Segurança de Grandes Eventos, inclui todas as ações que serão implementadas


	Texto cita os ''torcedores violentos'' e as medidas já adotadas e que serão tomadas para neutralizá-los
 (Wikimedia Commons)

Texto cita os ''torcedores violentos'' e as medidas já adotadas e que serão tomadas para neutralizá-los (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2012 às 21h09.

Rio de Janeiro - O governo brasileiro divulgou nesta quinta-feira o planejamento estratégico de segurança que será aplicado na Copa do Mundo de 2014, em que considera os torcedores violentos, tanto locais como estrangeiros, como um dos fatores de risco.

O plano, elaborado pela Secretaria Extraordinária para a Segurança de Grandes Eventos, inclui todas as ações que serão implementadas para garantir a segurança da competição da Fifa e foi publicado hoje no Diário Oficial da União.

O documento detalha os responsáveis pela segurança do evento; as medidas que serão adotadas; os objetivos que serão perseguidos; os recursos que serão investidos; os preparativos; a cooperação com outros países; a interação com as firmas privadas contratadas pela Fifa para a segurança dentro dos estádios, e as eventuais situações de risco.

Entre estas últimas, o texto cita os ''torcedores violentos'' e as medidas já adotadas e que serão tomadas para neutralizá-los.

''A Polícia Federal já enviou solicitações de cooperação internacional a diversos países para obter os dados sobre suspeitos de vinculação com terrorismo e com o ''hooliganismo'''', garante o texto.

Igualmente foram solicitados ''dados sobre provocadores de problemas em estádios, entre outros grupos de torcedores conhecidos por sua participação em atos violentos''.

Os responsáveis pelo plano destacaram o sucesso das autoridades europeias para reduzir a violência dentro dos estádios mediante a instalação de circuitos internos de televisão e a identificação dos torcedores.

No entanto, afirmam que ''os hooligans e os provocadores de problemas seguem atuando fora dos estádios e encontraram estratégias para se manterem ativos mediante sua organização em grupos mais fechados''.


De acordo com o plano, o Ministério dos Esportes já iniciou um plano para identificar os membros de torcidas organizadas para ''evitar espectadores indesejados em seus estádios''.

A divulgação do plano coincide com as medidas adotadas nas últimas semanas por autoridades de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo para punir os integrantes das torcidas organizadas responsáveis por atos de violência, incluindo a proibição de entrada nos estádios.

Outras ameaças que concentram a atenção do plano são as organizações criminosas, principalmente os traficantes de drogas, o turismo sexual, a exploração sexual de menores, a criminalidade nas fronteiras, as organizações extremistas e terroristas de outros países, a falsificação de entradas, a pirataria, os crimes cibernéticos e até os possíveis desastres naturais.

Segundo o documento, os três pilares do plano são as ameaças externas, as ameaças internas e a proteção dos portos, aeroportos e fronteiras.

Quanto às ameaças externas, o texto cita as medidas de cooperação internacional já adotadas para evitar a entrada no país de pessoas, materiais ou capitais que possam ameaçar a segurança durante o Mundial, entre as quais um acordo com a Interpol para melhorar o acesso às informações criminais emitidas pelos 188 países que integram a organização.

O plano destaca a necessidade de integrar as ações dos diferentes organismos de segurança do Brasil, tal como foi feito em eventos como os Jogos Pan-Americanos de 2007, o Carnaval, o Reveillon, e o Rock in Rio.

O texto também destaca a necessidade de estabelecer formas de cooperação com as agências de vigilância privada que a Fifa contratará para garantir a segurança dentro dos estádios, algo inédito no Brasil, já que esse papel sempre foi da Polícia.

''O Brasil ainda não tem tradição com esse modelo integrado de segurança nas instalações esportivas, no qual os órgãos de segurança pública cuidam da cidade e das vias públicas até o portão dos estádios, e as equipes de segurança privada desempenham funções de segurança patrimonial e vigilância dentro do estádio'', afirma o documento. 

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