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Tombini vê riscos com Oriente Médio e terremoto no Japão

Para Tombini, novo cenário deve ser levado em conta pelo Copom

Alexandre Tombini, presidente do BC, ainda analisa efetos no preço das commodities (Agência Brasil)

Alexandre Tombini, presidente do BC, ainda analisa efetos no preço das commodities (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 08h26.

São Paulo/Brasília - O presidente do Banco Central Alexandre Tombini disse que as incertezas originadas com o terremoto no Japão e a instabilidade política no Oriente Médio são “fatos novos” que precisam ser levados em conta pelo Comitê de Política Monetária.

O tremor de 9 graus seguido de tsunami que devastaram algumas cidades japonesas este mês tem um efeito incerto nos preços das commodities, cadeia fornecedora e taxas de câmbio, disse Tombini num pronunciamento a banqueiros ontem em São Paulo. O Japão pode repatriar investimentos no “curto prazo” para financiar sua reconstrução e o mercado de petróleo pode trazer mais surpresas se os produtores não conseguirem compensar a queda na produção causada pela crise no Oriente Médio e Norte da África, disse ele.

Diante dos novos acontecimentos, será necessário continuar monitorando de perto o cenário internacional, disse Tombini. As incertezas e a complexidade do cenário econômico global não justificam nem passividade nem solavancos, segundo Tombini.

Os operadores apostam que o BC elevará a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual pela terceira reunião seguida entre os dias 19 e 20 de abril para reduzir a inflação, que está no nível mais alto em 26 meses, segundo estimativas da Bloomberg baseadas nos contratos futuros de juros.

A inflação no Brasil começará a desacelerar em direção ao centro da meta de 4,5 por cento no final do ano, disse Tombini ontem à noite. A inflação continuará em “níveis elevados” este ano, disse ele.


Dinâmica inflacionária

A inflação não é explicada apenas pela demanda doméstica mas também tem sido influenciada por mudanças no mercado de trabalho, fatores sazonais e a “inércia” vinda de 2010, disse Tombini.

O Copom, após a elevação da Selic para 11,75 por cento este mês, sinalizou que mais uma elevação do juro associada a uma desaceleração do crédito pode ser suficiente para conduzir a inflação à meta em 2012.

O BC, na Ata de sua reunião de política monetária dos dias 1 e 2 de março, disse que medidas macroprudenciais são um “rápido e potente” instrumento para conter a demanda em alguns setores.

A inflação acumulada em 12 meses acelerou para 6,01 por cento em fevereiro, o nível mais alto desde novembro de 2008.

Dados divulgados esta semana mostram que a economia brasileira pode estar desacelerando mais lentamente que o esperado. O Índice de Atividade Econômica cresceu no ritmo mais forte em nove meses em janeiro.

As vendas do varejo em janeiro superaram as projeções e cresceram na taxa mais elevada em nove meses, puxadas pelas vendas em supermercados e compras de bens de consumo. As vendas subiram 1,2 por cento na comparação mensal, acima da alta revisada de 0,2 por cento de dezembro.

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