Declaração de Tombini foi feita no 6.º Seminário do Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2011 às 14h39.
São Paulo - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou hoje que o Brasil vai demandar investimentos vultosos em vários segmentos da economia nos próximos anos em função da perspectiva positiva do nível de atividade, que contará com eventos internacionais como a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. "O Brasil demanda investimentos vultosos em vários segmentos", afirmou.
De acordo com Tombini, que participou hoje do 6.º Seminário do Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), "o setor privado também precisará investir para atender a demanda" para que tal agenda de obras de longo prazo seja cumprida. "Os mercados de crédito e acionário não atenderão a demanda sozinhos", comentou. Segundo ele, investimentos em renda fixa de médio e longo prazo serão complementares. "Cabe ao mercado de capitais viabilizar os investimentos de longo prazo", disse.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o governo está se esforçando para elevar os financiamentos de longo prazo no Brasil, que são fundamentais para dar continuidade ao processo de expansão da economia de forma sustentada. "Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) foram iniciativas importantes", lembrou.
Outro elemento fundamental de esforço do governo, segundo o presidente do BC, foi a criação da letra financeira em 2009, que hoje apresenta um volume de captação de R$ 50 bilhões. Tombini também destacou esperar que as instituições que atuam no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) façam a securitização de suas operações. "O que é essencial para ampliar o mercado de capitais", acrescentou.
"No novo mercado de renda fixa há importantes desafios", ressaltou, mencionando entre esses a "padronização de instrumentos financeiros e pulverização de investidores".
Tombini destacou ainda que o Banco Central segue trabalhando numa agenda de caráter microeconômico da qual fazem parte "propostas relacionadas à renda fixa". O presidente do BC não deu mais detalhes sobre tais iniciativas e disse que serão anunciadas em momento oportuno.