Brasil

Tombini sinaliza que ciclo de alta da Selic continuará

Analistas prevêem alta de 0,5 ponto percentual como a última alta do período pós-crise internacional

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central: compromisso do BC, a rigor, é convergir a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2012  (Agência Brasil)

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central: compromisso do BC, a rigor, é convergir a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2012 (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2011 às 09h23.

São Paulo - A menos de uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou que o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, não terminará tão cedo quanto imagina o mercado. A maioria dos analistas independentes prevê alta de 0,5 ponto porcentual - de 11,75% para 12,25% ao ano - como a última alta do período pós-crise internacional.

Tombini indicou ainda que o BC e o Ministério da Fazenda já estão se preparando para um período de saída de capitais, motivado pelo aumento dos juros nos Estados Unidos e na Europa. A fala do presidente do BC estimulou parte dos analistas ainda crentes em um aumento de 0,25 ponto porcentual na Selic, na semana que vem, a elevar suas apostas a 0,5 ponto e contribuiu para uma baixa nas ações do setor bancário e nos papéis do varejo e das empresas de construção no fim da manhã de ontem.

“Estamos no meio de um ciclo de aperto monetário. Já subimos os juros em 300 pontos básicos e temos adiante mais trabalho a fazer”, afirmou Tombini, em palestra em um seminário sobre as perspectivas econômicas para a América Latina, promovido pelo Brookings Institution. “É nosso dever assegurar a estabilidade financeira e a inflação dentro da meta”, completou.

À plateia, Tombini explicou sua preocupação com os riscos inflacionários e com uma futura instabilidade financeira, decorrentes do intenso fluxo de capital no Brasil. O compromisso do BC, a rigor, é convergir a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2012 - o que significa derrubar o indicador atualmente próximo ao teto, de 6,5%. Em consonância com o Ministério da Fazenda, Tombini criticou a excessiva liquidez resultante da política monetária das economias desenvolvidas. Em especial, dos EUA, onde os juros básicos estão próximos a zero desde dezembro de 2008 e onde a política de recuperação está assentada na emissão de dólares.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniEconomistasEstatísticasIndicadores econômicosPersonalidadesPolítica fiscalSelic

Mais de Brasil

Às vésperas do Brics, Brasil realiza primeira exportação de carne bovina para o Vietnã

Moraes teve 'sabedoria' ao levar aumento do IOF para conciliação, diz Alckmin

Brasil assina carta de intenções com gigante chinesa de energia que envolve minerais nucleares

Fórum Empresarial do Brics: Lula defende comércio multilateral dos países emergentes