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Tombini: Brasil não pode deixar países definirem câmbio

Próximo presidente do Banco Central também comentou os juros reais, os quais ele acredita não terem terminado de baixar

Tombini, próximo presidente do BC: "ambiente internacional é bastante desafiador" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Tombini, próximo presidente do BC: "ambiente internacional é bastante desafiador" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 13h43.

Brasília - O indicado para assumir a presidência do Banco Central (BC) no governo de Dilma Rousseff, Alexandre Tombini, afirmou hoje que o Brasil não pode deixar que políticas econômicas adotadas por outros países determinem a direção das cotações do real em relação a outras moedas. "Não podemos deixar que políticas de outros países determinem a direção dessa importante variável da economia que é o câmbio", disse, durante sabatina no Senado.

Ao comentar que o ambiente internacional "é bastante desafiador", Tombini ressaltou que é importante adotar medidas prudenciais para evitar problemas no futuro, caso haja reversão das condições econômicas globais. "Não adianta aproveitar a abundante liquidez internacional existente, ter hoje fluxo de capitais de grandes proporções e, quando lá na frente eventualmente houver reversão, ter problemas", defendeu.

Entre as medidas prudenciais, Tombini ressaltou que o depósito compulsório - adotado há muito tempo no Brasil - foi reconhecido como importante instrumento prudencial. "Agora, Basileia passou a exigir um padrão internacional de liquidez que vai ser adotado ao longo dos próximos anos", lembrou. O compulsório representa a parcela de recursos dos depósitos que, obrigatoriamente, os bancos precisam deixar no BC.

Queda do juro

Tombini afirmou hoje que o processo de redução da taxa de juros real (descontada a inflação) da economia brasileira não está esgotado. Na sabatina, ele deixou claro que não estava falando de uma questão conjuntural, mas sim de uma tendência estrutural. "É natural esperar que os juros reais no futuro sejam menores do que são hoje", disse Tombini. Ele destacou que os avanços da economia brasileira - como a conquista do grau de investimento, a posição credora em moeda estrangeira, o processo de consolidação fiscal e o alcance das metas de inflação - têm levado à redução dos juros no País ao longo do tempo.

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