Lula em participação no G20: 'Bolsonaro teve mais de dois anos para provar inocência'
Redação Exame
Publicado em 23 de novembro de 2025 às 09h30.
Última atualização em 23 de novembro de 2025 às 09h34.
Em entrevista coletiva na África do Sul, onde está pela ocasião do G20, o presidente Lula evitou dar maiores declarações sobre a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, realizada ontem, 22.
"Não faço comentário sobre decisão da suprema corte. A Justiça tomou sua decisão. Ele [Bolsonaro] teve direito à presunção de inocência. Foram dois anos e meio de processo. Todo mundo sabe o que ele fez. Não tenho mais comentário a fazer", afirmou.
Ao ser questionado sobre a reação de Donald Trump em relação à prisão de Bolsonaro, que se limitou a dizer que achou o acontecido "uma pena", Lula também foi sucinto.
"O Trump precisa saber que somos um país soberano e o que se decide aqui, está decidido", completou.
Na coletiva de imprensa, o presidente brasileiro também falou estar preocupado com a presença militar americana no Caribe, desde que o governo Trump iniciou uma ofensiva contra o narcotráfico na América Latina, elevando as tensões entre Estados Unidos e Venezuela. "Não faz sentido ter uma guerra agora".
Sobre o G20 em sim, Lula afirmou que o multilateralismo está "mais vivo do que nunca" e que a Organização Mundial do Comércio precisa ser fortalecida. Ele minimizou a ausência dos presidentes das maiores potências econômicas no encontro. Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping não compareceram à conferência.
"Não é a primeira vez que falta um líder importante, já aconteceu outras vezes", disse Lula. "Trump não veio, mas os Estados Unidos vão presidir o próximo G20 e nós estaremos lá. Ausência de dirigente não significa nada para o G20".
Lula diz que Trump esteja fazendo "uma pregação prática do unilateralismo" mas acredita que "vai vencer o multilateralismo".
"Somos mais fortes juntos para resolver os problemas do mundo", afirmou.