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“Todo mundo quieto até a eleição”, diz Bolsonaro a equipe de campanha

Com críticas ao 13º salário e ameaça de volta da CPMF, as declarações de aliados de Bolsonaro já renderam dores de cabeça em diversos momentos.

Jair Bolsonaro, candidato à presidência da República, mandou seus aliados ficarem quietos. (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro, candidato à presidência da República, mandou seus aliados ficarem quietos. (Adriano Machado/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 10h18.

Última atualização em 6 de outubro de 2018 às 10h24.

São Paulo – O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) ordenou que sua equipe não se pronuncie até as eleições. Em áudio enviado a dez dias da votação, Bolsonaro afirma:  “Fica todo mundo quieto até as eleições, tá ok? Estou vendo fofoquinha para cá, fofoquinha para lá (…). Vê se consegue unir essa turma aí, porra. Quer se matar, se ferrar, vai para um canto, mas não fica atrapalhando. Tudo reflete contra mim.”

As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, a mensagem foi direcionada  inicialmente, a Gustavo Bebianno, presidente do PSL. “Faz um favor, junta essa galera aí num canto, todo mundo sai na porrada e fica quieto. Fica quieto todo mundo até as eleições”, pede no fim da gravação.

O jornal diz ainda que o próprio candidato decidiu se abster de declarações polêmicas na reta final. Bolsonaro foi repreendido por ministros do STF, após questionar confiabilidade das urnas eletrônicas.

As declarações de aliados de Bolsonaro já renderam dores de cabeça em diversos momentos. O coordenador econômico da campanha, Paulo Guedes, afirmou em setembro que poderia recriar um imposto nos moldes da CPMF e que criaria uma taxa única de imposto de renda, fixada em 20%, o que penaliza os mais pobres. A informação sobre a CPMF foi desmentida pelo candidato, e Paulo Guedes saiu de cena – o assessor de Bolsonaro cancelou participação em debates e não deu mais entrevistas.

Em outro momento, o candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, criticou o 13º salário e o abono de férias pago aos trabalhadores, benefícios que classificou como “jabuticabas brasileiras”. O tema foi largamente explorado pelos adversários de Bolsonaro, que mais uma vez precisou apagar o incêndio. Pelo Twitter, o candidato disse que criticar o 13º salário é “uma ofensa a quem trabalha”.

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