Brasil

Texto aprovado inclui proposta do Orçamento Impositivo

Condição aceita pelo governo é que metade desse recurso seja usado na saúde, tanto para investimentos no setor quanto para o custeio de unidades e serviços


	Plenário: deputados e senadores aprovaram a matéria que determina que 1,2% da receita corrente líquida do ano sejam destinados às emendas parlamentares
 (Nelson Jr./SCO/STF)

Plenário: deputados e senadores aprovaram a matéria que determina que 1,2% da receita corrente líquida do ano sejam destinados às emendas parlamentares (Nelson Jr./SCO/STF)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 10h39.

Brasília - Foi preciso tempo para que parlamentares e governo chegassem a um acordo e avançassem na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que guia os gastos públicos ao longo de um ano.

Depois de quase cinco meses, o relator do texto aprovado hoje (24) na Comissão Mista de Orçamento, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), decidiu incluir o impasse sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo e concluir a votação.

Deputados e senadores aprovaram a matéria que, agora, determina que 1,2% da receita corrente líquida do ano sejam destinados às emendas parlamentares.

A condição aceita pelo governo que resistia à proposta é que metade desse recurso seja usado na saúde, tanto para investimentos no setor quanto para o custeio de unidades e serviços, exceto para o pagamento de pessoal e encargos sociais.

“Incluímos a efetivação do orçamento das emendas individuais impositivas dentro do substitutivo do Senado para dar velocidade a essa votação porque a gente precisa da execução desse orçamento dessas emendas para 2014”, explicou o relator.

Superado o maior entrave sobre a matéria, o senador, que apresentou o quarto relatório sobre a LDO, ainda conseguiu garantir que as entidades filantrópicas, como as santas casas, passassem a ser possíveis contempladas com recursos públicos, caso estejam inseridas em programas de governo. Até hoje, apenas instituições públicas de saúde poderiam receber dinheiro do Orçamento.

“Tivemos preocupação com a saúde pública quando ampliamos os investimentos para entidades filantrópicas que são o maior suporte ao Estado no atendimento às comunidades mais carentes. [Essas entidades] vão poder receber recursos de custeio e investimento”, disse.

Outra alteração no texto considerada pelo relator uma modernização das regras que orientam os gastos públicos com a máquina e os investimentos foi a inclusão das obras estruturantes, consideradas prioritárias, entre os itens que independem da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA). O prazo para que a LOA seja aprovada é dia 18 de dezembro, quando termina o ano legislativo.

Com a mudança, o relator quer evitar que o descumprimento do prazo impeça a continuidade de projetos de infraestrutura, “e garantir a execução das obras estruturantes do país. Precisamos melhorar a logística e garantir a mobilidade das pessoas. É inadmissível que trabalhadores, estudantes percam um terço do dia no ônibus entre o local de moradia e de trabalho.”

A LDO segue agora para o plenário da Câmara e, se aprovada, vai para votação no plenário do Senado. Como todo o processo de negociação envolveu o Executivo, a expectativa de Forte é que, se não houver mais alterações, a matéria não sofra vetos do Planalto. “É uma lei enxuta que se preocupa em dar melhor condicionamento para que o Executivo possa aplicar o Orçamento”, destacou.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes sociais por conteúdos publicados

Lula sanciona lei que cria cadastro nacional de condenados por crimes sexuais

Congresso deve votar Orçamento até dezembro e espera liberação de emendas para os próximos dias