Brasil

Teto afunda em nova Câmara que custou R$ 13 mi em Sertãozinho, SP

A obra levou 11 anos para ficar pronta e, ante uma previsão inicial de R$ 1,8 milhão, acabou custando R$ 13 milhões aos cobres públicos - quase 700% a mais

Sertãozinho: fachada do prédio da Câmara (Câmara de Sertãozinho/Divulgação)

Sertãozinho: fachada do prédio da Câmara (Câmara de Sertãozinho/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 15h33.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2019 às 15h35.

Sorocaba - Com menos de quatro meses de uso, o novo prédio da Câmara de Vereadores de Sertãozinho, interior de São Paulo, está parcialmente interditado por risco de desabamento. O teto do plenário principal afundou 20 centímetros e a estrutura apresenta rachaduras.

A obra levou 11 anos para ficar pronta e, ante uma previsão inicial de R$ 1,8 milhão, acabou custando R$ 13 milhões aos cobres públicos - quase 700% a mais. Com a falência da construtora, o Legislativo ainda não sabe quem vai arcar com o prejuízo. O caso será levado ao Ministério Público Estadual.

O prédio, de 3 mil m², foi construído para acomodar os 17 vereadores e seus gabinetes. O presidente da Câmara, Lúcio Martins de Freitas (PR), disse que, do início da obra até a entrega, houve paralisações e adequações no projeto arquitetônico.

Os problemas teriam se agravado depois das chuvas intensas que atingiram a cidade nos últimos dias. "Esse combinado acabou contribuindo para o problema do telhado do plenário e, diante dessa situação, transferi os trabalhos das últimas sessões para o Teatro Municipal, já que esse espaço tem capacidade para 400 pessoas", disse.

Freitas contou que está se reunindo com engenheiros, advogados e servidores municipais para encontrar uma solução. As sessões de rotina serão realizadas, a partir da próxima semana, no "plenarinho", o segundo plenário existente no prédio, com capacidade para 50 pessoas.

A Câmara formou uma comissão para investigar as causas dos problemas no edifício. De acordo com o vereador Dino Merlim (PSDB), que preside a apuração, uma inspeção prévia indicou que o material usado no teto não condiz com o definido no contrato de obras.

O laudo de uma perícia deve indicar as condições da estrutura e as obras de reparo, bem como os custos das intervenções. "Quanto à responsabilização dos culpados, todas as medidas cabíveis, entre elas sindicâncias, estão sendo analisadas pela comissão. Uma vez comprovada a culpa, os responsáveis serão punidos", informou Freitas.

A diretoria da Amigos Associados de Sertãozinho (Amasert), entidade civil, aguarda o retorno de informações solicitadas à Câmara para enviar pedido de investigação ao Ministério Público Estadual.

Acompanhe tudo sobre:Câmaras municipaissao-pauloVereadores

Mais de Brasil

Horário de verão vai voltar? Entenda a recomendação de comitê do governo e os próximos passos

PF investiga incêndios criminosos no Pantanal em área da União alvo de grilagem usada para pecuária

Nunes tem 26,8%, Boulos, 23,7%, e Marçal, 21%, em SP, diz Paraná Pesquisas

Mancha de poluição no rio Tietê cresce 29% em 2024, 3ª alta anual consecutiva