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Testemunhas do Bertin citam pagamentos para obras em sítio

O processo contra Lula entrou na fase de instrução no dia 5 de fevereiro e, desde então, delatores e testemunhas de acusação têm prestado depoimento

Moro: Bertin confirmou que Bumlai pediu que ele pagasse por uma obra no sítio de Atibaia (Nelson Almeida/Getty Images)

Moro: Bertin confirmou que Bumlai pediu que ele pagasse por uma obra no sítio de Atibaia (Nelson Almeida/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 21h13.

Testemunhas ligadas ao Grupo Bertin relataram ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira, 21, ter feito pagamentos e negociações de preços relativos a reformas do Sítio Santa Bárbara, atribuído pelo Ministério Público Federal ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O processo entrou na fase de instrução - produção de provas - no dia 5 de fevereiro e, desde então, delatores e testemunhas de acusação têm prestado depoimento.

Segundo a denúncia, no fim de 2010, Bumlai se comprometeu a ajudar na reforma e na ampliação do sítio para que Lula "pudesse passar os finais de semana e acomodar parte da mudança presidencial".

A Lava Jato afirma que, para ocultar a origem dos recursos, Bumlai pediu a seu sócio na Usina São Fernando, Reinaldo Bertin, que os pagamentos da reforma na propriedade rural fossem feitos a partir de empresas do Grupo Bertin.

Em depoimento nesta quarta, Reinaldo Bertin confirmou que Bumlai pediu que ele pagasse por uma obra no sítio de Atibaia. "O Zé Carlos Bumlai pediu que ele ia usar o engenheiro da (Usina) São Fernando lá (no sítio), pediram para ele contratar essa obra", relatou. "O Bumlai pediu que acertasse o consultor lá que ele ia creditar para nós na lá na conta que nós tínhamos na Usina."

Bertin disse a Moro que Bumlai não relatou de quem era a obra. "Ele falou que tinha uma obra aqui perto de São Paulo para executar e ele tinha falado, ia falar com o Emerson para ver para ele isso aí. Só falou que ele tinha uma obra para executar, era coisa simples", declarou.

Já Ana Carolina de Souza, engenheira da Contern - que tem acionistas em comum com o Grupo Bertin -, relatou ter negociado preços para a reforma da estrutura metálica do sítio. "Foi solicitado pelo engenheiro Emerson da Usina São Fernando que eu negociasse a proposta. Era de R$ 260 mil e foi negociada em R$ 225 mil. Eu fiz a parte comercial".

Osvaldo Solfa, que diz fazer a administração das contas da família dona do grupo, afirmou ter feito pagamentos para a empresa Rema Participações - apontada pela PF por pagar o arquiteto responsável pela obra, que é ligado à família Bumlai.

Defesa

Com a palavra, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula

"Roberto Teixeira é advogado há quase 50 anos, foi presidente em duas oportunidades da Subseccional de São Bernardo do Campo da Ordem dos Advogados do Brasil. É especialista em Direito Imobiliário e sua atuação relatada no depoimento prestado hoje (21/02) por João Nicola Rizzi, do 23º. Tabelião de Notas de São Paulo, mostra a prática de atos estritamente relacionados à advocacia por parte de Teixeira.

Rizzi confirmou que a escritura de venda e compra do sítio de Atibaia foi firmada pelos proprietários Fernando Bittar e Jonas Suassuna no escritório de Teixeira, da mesma forma como ocorreu com outros clientes do advogado.

A tentativa de criminalizar atos inerentes à advocacia, como ocorre em relação a Roberto Teixeira, é uma clara tática de "lawfare", objetivando, no caso concreto, fragilizar a defesa do ex-presidente Lula. Teixeira é advogado de Lula há mais de 30 anos e o escritório do qual é sócio-fundador é um dos que representa o ex-presidente nas ações penais a que ele responde".

Assessoria de imprensa de Roberto Teixeira

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