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Teste da Coreia do Norte reacende temores de guerra, diz Temer

Para o presidente, que pediu atitudes urgentes contra os testes, disse que o episódio reacende medos que pareciam ter ficado nos livros de história

Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, após novo teste nuclear 04/09/2017 (KCNA/Reuters)

Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, após novo teste nuclear 04/09/2017 (KCNA/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2017 às 07h51.

Xiamen - O teste nuclear realizado pela Coreia do Norte no domingo reacende temores que pareciam ter ficado nos livros de história, disse o presidente Michel Temer em discurso durante a 9ª Cúpula dos Brics. Como os líderes da Rússia, Índia, China e África do Sul, o brasileiro defendeu uma solução negociada para o impasse.

A detonação ocorreu poucas horas antes de o presidente chinês, Xi Jinping, receber os líderes do grupo para o encontro em uma ilha no sul da China, no domingo. Essa foi a segunda vez em que atividades nucleares norte-coreanas coincidiram com eventos diplomáticos importantes para Pequim neste ano.

A China é o principal aliado internacional de Pyongyang e sofre pressão crescente do presidente Donald Trump para conter as ambições bélicas de Kim Jong-un.

"Em perspectiva mais abrangente e de mais longo prazo, o desarmamento nuclear é a garantia mais eficaz contra a proliferação", afirmou Temer no encontro que teve participação de três potências nucleares - China, Rússia e Índia. O presidente lembrou que o Brasil esteve na origem da negociação do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, assinado em julho por 122 países no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento não teve adesão de nenhuma das nações que possuem armas nucleares, incluindo os parceiros do Brasil no Brics.

"O mundo permanece sob o signo da incerteza", declarou Temer. "Parece haver uma erosão do apego ao direito internacional; uma erosão da crença nos benefícios do livre comércio; uma erosão da convicção quanto ao imperativo de enfrentarmos, juntos, desafios que são compartilhados."

Temer elogiou a atuação da Rússia na Síria e defendeu uma saída diplomática para a guerra. Também afirmou que o Brasil é favorável à criação de dois Estados para resolver o conflito Israel-Palestina.

"A Rússia, presidente Putin, tem feito um trabalho extraordinário para composição dos vários conflitos", afirmou Temer em relação à atuação do país na Síria. Moscou é o principal aliado do presidente Bashar Assad e suas forças combatem não apenas o Estado Islâmico, mas grupos rebeldes que se opõem ao regime de Damasco.

O brasileiro disse que a ameaça do terrorismo exige uma resposta cada vez mais coordenada entre as nações e propôs a criação de um Fórum de Inteligência dos Brics para troca de informações sobre o assunto.

A situação da Venezuela também foi mencionada no discurso de Temer, que ressaltou a escassez de comida, remédios e itens básicos e o crescimento no fluxo de refugiados para o Brasil e outros países da região.

"A situação é de instabilidade e de crise humanitária." A China é o grande financiador externo de Caracas e concedeu linhas de crédito de US$ 62,2 bilhões ao país entre 2005 e 2016, quase metade dos créditos concedidos a toda a América Latina no período.

Na sexta-feira, o governo chinês afirmou que continuará a investir na Venezuela, a despeito da instabilidade na qual o país está mergulhado.

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