Brasil

Tesouro divulga resultado de maio em clima de despedida para Mansueto

Dívida bruta deve subir de 80% para 94% do PIB em função do aumento dos gastos na pandemia e da crise econômica

A dívida bruta deve crescer com aumento de gastos com a pandemia e queda do PIB (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A dívida bruta deve crescer com aumento de gastos com a pandemia e queda do PIB (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 29 de junho de 2020 às 06h55.

Última atualização em 29 de junho de 2020 às 08h30.

A semana começa com pistas sobre a trajetória fiscal do Brasil, com a divulgação pelo Tesouro Nacional do resultado primário do governo no mês de maio. O material será publicado às 10h30 e o secretário Mansueto Almeida dará coletiva a partir das 11 horas, já em clima de despedida.

Mansueto, um dos quadros técnicos herdados pelo governo Bolsonaro da gestão de Michel Temer, anunciou há algumas semanas que deixará o cargo no final de julho e vai para a iniciativa privada.

O seu substituto será Bruno Funchal, atual diretor de Programas na secretaria Especial da Fazenda do Ministério da Economia. O nome foi bem recebido pelo mercado, já que Funchal foi secretário de Fazenda do Espírito Santo de 2017 a 2018 no governo de Paulo Hartung, uma referência em ajuste fiscal.

O desafio não será trivial. A dívida bruta, atualmente em 80% do PIB, deve subir para 94%, nas previsões de Mansueto. A explosão é um efeito da alta de gastos necessários contra os efeitos da pandemia combinado com uma queda brutal do PIB, que reduz o denominador.

Para que a coisa não fuja ainda mais do controle será necessário viabilizar politicamente medidas para conter a escala dos gastos obrigatórios, que já tomam mais de 90% do Orçamento, além de reformas e gestão que permitam fazer mais com menos. Mansueto sempre foi claro sobre o tamanho do problema mas nega que sua saída mude o cenário:

“A garantia de que o ajuste vai acontecer é a Constituição. Então, para o governo não cumprir o teto de gasto em 2021, teria que mudar a Constituição. Se o governo não fizer mudança alguma, está garantido o cumprimento do teto de gastos, essa âncora fiscal que nos levou ao juros tão baixos”, disse Mansueto recentemente para a Globo News. A ver.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeTesouro Nacional

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP