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Terremoto no Brasil? Fenômeno é mais comum do que se imagina; entenda

Tremores como o registrado no litoral e no interior de São Paulo ocorrem em locais considerados instáveis

De acordo com especialistas, os terremotos acontecem o tempo todo no Brasil, porém, com magnitude muito baixa (ETTORE CHIEREGUINI/AGIF/Estadão Conteúdo)

De acordo com especialistas, os terremotos acontecem o tempo todo no Brasil, porém, com magnitude muito baixa (ETTORE CHIEREGUINI/AGIF/Estadão Conteúdo)

Agência o Globo
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Publicado em 16 de junho de 2023 às 12h34.

Um terremoto registrado no litoral e no interior de São Paulo, nesta sexta-feira, chamou a atenção de todo o Brasil para a ocorrência do fenômeno no país. Moradores de cidades como Miracatu, Sorocaba, Iguape, Registro e da Baixada Santista sentiram o tremor. Junto aos relatos de vários moradores assustados com os abalos sísmicos, que não deixaram danos nem vítimas com gravidade, passaram a circular nas redes sociais questionamentos e dúvidas de internautas: não era impossível um terremoto no Brasil, que se encontra no centro de uma placa tectônica?

De acordo com especialistas da área, no entanto, a ocorrência não é motivo para pânico e os terremotos em solo brasileiro são mais comuns do que se pensa. Em agosto de 2020, por exemplo, um terremoto de magnitude 4,6 registrado na cidade de Matuípe, na Bahia, também gerou estranhamento entre os brasileiros.

Frequência no Brasil

De acordo com especialistas, os terremotos acontecem o tempo todo no Brasil, porém, com magnitude muito baixa o que não permite à população sentí-los na superfície. O fenômeno pode até ser confundido com a passagem de um caminhão na rua. Uma média de dois tremores ocorrem por semana no país, a grande maioria deles de pequena magnitude e intensidade. Para efeito de comparação, como o registrado no último domingo na Bahia, de 4,6 graus, ocorrem cerca de dois por ano. No entanto, é importante destacar que nossa situação é de relativa estabilidade no que diz sentido às tensões na crosta terrestre quando comparamos com outras regiões do mundo como a Califórnia, nos Estados Unidos, por exemplo.

Diferença entre magnitude e intensidade

A intensidade é o resultado da avaliação dos efeitos do terremoto na superfície. Por exemplo, se teve casas derrubadas, a área atingida, etc. A magnitude, que no caso deste registrado na Bahia foi de 4.6 na escala Richter, é a quantidade de energia que foi liberada no ponto onde ocorreu o fato tectônico.

É possível prever um terremoto?

Não. É possível prever onde podem ocorrer os terremotos, mas não quando. Também podemos saber as regiões que são mais instáveis e podem reproduzir o fenômeno, inclusive prever se ocorrerá com uma menor ou maior magnitude, dependendo do local. Pode ser que não ocorra outro terremoto aqui novamente pelos próximos 20 anos ou pode ser que daqui a um ano aconteça um com uma magnitude ainda maior.

Áreas mais instáveis

No Brasil, o estado do Acre está sob influência de duas placas tectônicas - a do Oceano Pacífico, que está penetrando sob a Sulamericana. Porém, são terremotos gerados entre 300 e 600 quilômetros de profunidade. Como tem um foco muito profundo, não ocorre dano ou grandes consequências para os habitantes do local próximo ao epicentro. Outras regiões mais instáveis por questões geológicas, com maior frequência de terremotos, são os estados de Sergipe, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia e norte do Mato Grosso.

Maior terremoto já registrado no Brasil

De acordo com especialistas, o maior terremoto na história do Brasil ocorreu na madrugada do dia 31 de janeiro de 1955 na Serra do Tombador a 100 km da cidade de Porto dos Gaúchos, ao norte do estado do Mato Grosso. À época o local era completamente inabitável e não gerou consequências. De acordo com Lucas Vieira Barros, pesquisador do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), o tremor registrou 6,2 na escala Richter

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