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Termo não é comemoração, diz ministro da Defesa sobre golpe de 64

General Fernando Azevedo e Silva afirmou que cerimônia servirá para relembrar e marcar uma "data histórica do Brasil"

General Fernando Azevedo e Silva: ministro da Defesa buscou minimizar decisão do governo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

General Fernando Azevedo e Silva: ministro da Defesa buscou minimizar decisão do governo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de março de 2019 às 17h57.

Washington - O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta terça-feira, 26, que o termo "comemoração" não é o correto para se referir a evento de aniversário do golpe militar de 31 de março de 1964. O presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa que faça as "comemorações devidas" do aniversário do 31 de março de 1964, quando um golpe militar derrubou o então presidente João Goulart e iniciou um período ditatorial que durou 21 anos. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo no domingo, 24, a orientação foi repassada a quartéis pelo País.

"O termo aí, comemoração, na esfera do militar, não é muito o caso. Vamos relembrar e marcar uma data histórica que o Brasil passou, com participação decisiva das Forças Armadas, como sempre foi feito", afirmou o ministro, em Washington, nos Estados Unidos. "O governo passado pediu que não houvesse ordem do dia (no aniversário do golpe militar), este, ao contrário, acha que os mais jovens precisam saber o que aconteceu naquela data, naquela época", afirmou o ministro.

Questionado qual tipo de ato seria realizado, o general afirmou que haverá "uma formatura militar, palestra, ler a ordem do dia". "Coisa que sempre a gente faz em todas datas. Todas as datas históricas do Brasil é feito isso, essa é mais uma", afirmou, minimizando o evento.

Conforme revelado pelo Estado, após Bolsonaro determinar a inclusão da data na ordem do dia das Forças Armadas, generais da reserva que integram o primeiro escalão do Executivo, pediram cautela no tom para evitar ruídos desnecessários diante do clima político acirrado e dos riscos de polêmicas em meio aos debates da reforma da Previdência.

O ministro está nos Estados Unidos para a Conferência de Ministros da Defesa na Organização das Nações Unidas (ONU), na sexta-feira, em Nova York. Em Washington, ele se encontrou com Bolton e irá se reunir com o secretário de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan.

Antes da reunião, Bolton afirmou no Twitter que os dois "continuavam" com as conversas entre os dois países e mencionou a designação que os EUA pretendem dar ao Brasil como aliado preferencial fora da OTAN. A designação extra-OTAN foi anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington, no último dia 19.

Azevedo e Silva também assina, em Washington, o acordo de salvaguardas tecnológicas, que permite o uso comercial da base de Alcântara. O acordo, firmado durante a visita de Bolsonaro, prevê a assinatura do ministro da defesa.

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