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Rejeição ao PSDB vai prejudicar Alckmin, diz Maia

Para o presidente da Câmara, o governador de SP é bom, mas a rejeição atual ao partido está maior do que ao PT

Maia: "Ele é um bom governador. Mas a rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Maia: "Ele é um bom governador. Mas a rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2018 às 12h58.

São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em entrevista à Rádio Eldorado na manhã desta quarta-feira, 7, que a rejeição da sociedade ao PSDB, de acordo com recentes pesquisas, prejudica a imagem do pré-candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin (SP).

"Ele é um bom governador. Mas a rejeição do PSDB é hoje maior que a do PT, e isso está contaminando a imagem dele do pré-candidato tucano", disse. O deputado do DEM lança nesta quinta-feira, 8, a sua pré-candidatura à Presidência da República na convenção nacional do DEM em Brasília.

Maia argumentou que o Brasil vive, hoje, o fim de um longo ciclo político de polarização entre dois partidos: o PT e o PSDB. Para ele, a população está cansada dessa polarização e vai procurar uma alternativa nessa eleição. E frisou: "Tenho muitas dúvidas sobre a vitória do PSDB nas eleições", disse.

O deputado afirmou que os partidos de centro-direita não podem deixar espaço aberto para a oposição nesta eleição. "Se não conseguirmos uma alternativa, vamos entregar a eleição novamente para a oposição, seja o PT, o Ciro Gomes, que têm uma visão atrasada sobre a economia", afirmou.

Ao ser questionado se poderá vir a ser o candidato que representa o governo nesta disputa eleitoral, Maia não respondeu diretamente mas afirmou que irá defender propostas relacionadas ao atual governo sempre que forem "convergentes" com o seu projeto. Disse que quer ser o candidato "de um projeto" e que vai "olhar para o futuro".

"Um candidato que defende o atual governo estará defendendo o passado, não o futuro, (...) e terá poucas chances de vitória", disse, acrescentando que o governo vai ter dificuldade de "colocar um candidato nesse jogo" pela Presidência do Brasil. Para ele, a eventual candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ou a tentativa de reeleição de Michel Temer simbolizarão o "passado" recente, onde a população sofreu com a recessão e o desemprego.

Maia afirmou que o sucesso da economia brasileira - retratado na melhora do mercado de trabalho, por exemplo - "ficou na conta" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto que a piora "ficou na conta do governo Temer". "Apesar de Brasil já estar crescendo, não existe uma sensação de melhora por parte da sociedade", afirmou.

Bolsonaro

Na entrevista, Maia relativizou o resultado do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) nas pesquisas recentes de intenção de voto. Disse que admira Bolsonaro pela "compreensão que teve no uso da internet", algo que fez muito antes de outros políticos. "Mas nas pesquisas, vemos uma queda no nome do Bolsonaro. A candidatura dele no Norte e no Nordeste está perdendo densidade", disse. "Não há clareza que o nome de Bolsonaro já está cristalizado no eleitorado", acrescentou.

Mais também criticou o alto comprometimento do orçamento federal com despesas correntes, sobretudo com benefícios previdenciários, e também os privilégios de corporações públicas e do setor privado, como as desonerações que não trazem resultados efetivos. Sobre o Rio de Janeiro, o deputado afirmou que a intervenção precisa dar resultado. Do contrário, a medida extrema do presidente Temer na segurança pública fluminense não irá reverter a atual avaliação do governo feita pela sociedade.

Maia entende que o plano de recuperação fiscal no Estado está evoluindo adequadamente, mas precisa de "uma administração mais profissional", como "tem a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro".

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