Brasil

Temporal no RJ: operação de resposta às chuvas envolveu 2 mil militares em 268 ocorrências no estado

Dia acabou com aos menos 11 mortos e uma mulher desaparecida na Zona Norte da capital e na Baixada Fluminense

Chuvas no Rio: temporais destruíram casas em comunidades e deixaram moradores desabrigados (Fabio Teixeira/Getty Images)

Chuvas no Rio: temporais destruíram casas em comunidades e deixaram moradores desabrigados (Fabio Teixeira/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 08h00.

O temporal que atingiu o Rio de Janeiro na madrugada deste domingo, dia 14, deixou mortos e desaparecidos, alagou hospital e fechou rodovia.

Quando amanheceu, com caos em diversos bairros, cerca de 2.400 militares do Corpo de Bombeiros foram envolvidos em uma operação para buscar vítimas e prestar auxílio nas áreas atingidas. Até o fim da noite de domingo, os Bombeiros atenderam cerca de 268 ocorrências relacionadas às chuvas em todo o território fluminense, incluindo salvamentos de pessoas, inundações, alagamentos, cortes de árvores, desabamentos e deslizamentos. O temporal acabou deixando ao menos 11 mortos e uma mulher desaparecida na Zona Norte da capital e na Baixada Fluminense.

A Operação do Corpo de Bombeiros durante o domingo teve apoio de viaturas de salvamento, ambulâncias, barcos de alumínio para socorro a pessoas ilhadas por inundações e alagamentos, drones, aeronaves para busca de vítimas e monitoramento das áreas atingidas. Além de cães farejadores, especialistas em resgate em estruturas colapsadas, entre outros recursos.

Ocorrências por município:

  • Belford Roxo - 79
  • Nova Iguaçu - 45
  • Mesquita - 12
  • Nilópolis - 7
  • São João de Meriti - 4
  • Duque de Caxias - 1
  • Seropédica - 2
  • Capital - 118 ocorrências

Na cidade do Rio, com uma base de comando montada na Pavuna, o prefeito Eduardo Paes decretou situação de emergência, pediu que a população evitasse se deslocar, sobretudo, na Zona Norte, e determinou o cancelamento de ensaios técnicos das escolas de samba previstos para a Sapucaí. Onde a tempestade foi mais intensa, no bairro de Anchieta, foi registrado um acumulado de 264,4mm de chuva num período de 24 horas. Já em Acari, na comunidade Parmalat, ao lado do Ronaldo Gazolla, as montanhas de móveis e eletrodomésticos inutilizados revelavam quantos prejuízos se espalharam pela região.

Correnteza nas ruas

Com três mortes, Nova Iguaçu, na Baixada, também acionou o alerta máximo, após ruas de vários bairros terem sido tomadas pela correnteza das águas ainda na noite de sábado. O município de Duque de Caxias, que registrou duas vítimas, decretou emergência, enquanto as demais mortes ocorreram em São João de Meriti (duas), Belford Roxo (uma) e em Acari, Ricardo de Albuquerque e Costa Barros (uma em cada bairro da Zona Norte carioca).

Em Ricardo de Albuquerque, os bombeiros usaram cães farejadores nas buscas por um homem identificado como Geraldo, encontrado morto, soterrado num deslizamento de terra na Rua Moraes Pinheiro. Próximo dali, em Acari, a idosa Marli Zeferino Alves, de 77 anos, foi achada dentro de casa, vítima de afogamento. E em Duque de Caxias, Marcos Aurelio Aguiar Cotias, de 53 anos, não resistiu ao ser atingido por uma descarga elétrica na Rua Marquês de Paranaguá.

Segundo os bombeiros, os outros mortos foram Andre Cardoso de Aguiar, de 52, Antonio Caetano Cordeiro, de 64, Marcus Aurelio Laponte, de 53, Paulo Cesar Oliveira, de 59, Sergio Carlos Monteiro da Silva, de 57, Terezinha do Carmo, de 55, e Vanderlei Rodrigues Alves, de 53. Além deles, uma mulher ainda não tinha sido identificada até ontem à noite, quando os bombeiros já haviam atendido a 268 ocorrências em todo o estado.

Muitos escaparam como puderam dos alagamentos. Nas redes sociais, vídeos mostraram dezenas de pessoas ilhadas, por exemplo, em estações do BRT na Avenida Brasil. Na via, carros ficaram praticamente submersos. Segundo a prefeitura do Rio, as pistas começaram a apresentar intercorrências, na altura de Irajá, por volta das 2h. Cerca de 40 minutos depois, o alagamento já não permitia o trânsito de veículos. Com inundações em diversos pontos, as quatro pistas só foram integralmente liberadas por volta das 11h30.

Ao longo dos períodos de temporal, engarrafamentos quilométricos se formaram em outras estradas, como a Rodovia Washington Luís. Motoristas chegaram a ficar dez horas parados. Devido a um poste tombado na pista, a Rodovia Presidente Dutra também ficou fechada na Baixada por cerca de três horas, no sentido São Paulo, ainda no sábado à noite.

A circulação de mais de uma dezenas de linhas de ônibus foi prejudicada. No metrô, a Linha 2 operou apenas entre as estações Colégio e General Osório/Ipanema, com as estações Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva, Acari, Fazenda Botafogo e Coelho Neto temporariamente fechadas. Em Acari, parte do muro que segrega a linha férrea desabou, e um carro foi parar nos trilhos.

Consultas adiadas

No bairro, o alagamento no subsolo do Ronaldo Gazolla e de uma clínica da família vizinha atingiu consultórios e estacionamentos. Como consequência, todas as consultas agendadas no hospital tiveram que ser adiadas por 15 dias.

Acompanhe tudo sobre:ChuvasRio de Janeiro

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho