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Chuvas causam ao menos 12 mortes na Grande SP; rodízio é suspenso

Forte chuva na madrugada deixou diversas regiões alagadas, bloqueou ruas e avenidas, causou desabamentos de casas e deslizamentos de terra

São Paulo: temporal causou alagamentos e prejudica transporte nesta segunda-feira (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

São Paulo: temporal causou alagamentos e prejudica transporte nesta segunda-feira (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de março de 2019 às 08h49.

Última atualização em 11 de março de 2019 às 17h20.

São Paulo — As fortes chuvas chuvas que atingiram a cidade de São Paulo e o Grande ABC na noite de domingo (10) e na madrugada desta segunda-feira (11) causaram ao menos doze mortos, segundo atualização da Defesa Civil. Somente em Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, foram registrados quatro óbitos e duas pessoas ficaram feridos.

A 12ª morte foi um homem encontrado em um córrego na Avenida Engenheiro Olavo Alaisio de Lima, em Santo André.

A cidade de São Paulo amanheceu  com 27 pontos de alagamento, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), sendo 15 transitáveis e 12 intransitáveis. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o rodízio em toda a capital em razão do temporal.

Apesar dos congestionamentos, a tempestade perdeu força e não há mais registro de precipitações, de acordo com o CGE. Na região do Grande ABC paulista, o Rio Tamanduateí e seus afluentes ainda estão com as cotas muito elevadas ou extravasadas, o que mantém regiões em estado de alerta por precaução.

Depois de sobrevoar as áreas inundadas na capital paulista e região metropolitana de São Paulo, nesta manhã, o governador do estado, João Doria, determinou prioridade para o atendimento a desabrigados e remoção de moradores de áreas de risco.

O governador determinou ainda que a Defesa Civil defina com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e a Secretaria de Transportes Metropolitanos medidas emergenciais para retomada de serviços públicos parcial ou totalmente interrompidos pelas enchentes, como transporte sobre trilhos e linhas de ônibus.

O monitoramento do nível de rios e mananciais também está sendo feito em tempo real. Um gabinete de crise foi instalado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

No local, atuam em conjunto profissionais da Defesa Civil Estadual, Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAAE), Corpo de Bombeiros, além de órgãos da Prefeitura de São Paulo.

Transportes

Nesta manhã, a SPTrans informou que a operação dos ônibus estava prejudicada em razão das fortes chuvas. O Expresso Tiradentes, na zona leste, teve sua operação paralisada.

Os ônibus de oito linhas não estão circulando pela Marginal Tietê, abaixo da Ponte das Bandeiras (zona norte), e fazem desvios pela Rua Voluntários da Pátria, Rua Santa Eulália e Avenida Santos Dumont.

Outro ponto intransitável é o trecho entre as avenidas Paes de Barros e Luiz Ignacio de Anhaia Mello, na zona leste, por onde passam coletivos de 13 linhas. Alguns ônibus estão ilhados na Avenida do Estado e na região de Vila Prudente.

Na zona oeste da capital, a Avenida Sumaré estava interditada no sentido Turiaçu por causa de queda de árvore.

A Linha 10-Turquesa da CPTM está paralisada em razão de alagamentos e sem previsão de volta. Às 8h40, a cidade de São Paulo registrava mais de 100 km de congestionamento.

A região mais prejudicada era a zona leste, com 35 km de lentidão, seguida pela zona oeste, com 32 km de congestionamento.

Durante a madrugada, foi emitido um estado de alerta para a Marginal Tietê em razão da possibilidade de transbordamento do Rio Tietê na Ponte do Piqueri e na Ponte Dutra.

São Caetano com cenário mais grave

A situação é grave em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, onde as chuvas deixaram ruas de vários bairros inundadas.

Dezenas de moradores estão ilhados e são retirados de suas casas por equipes do Corpo de Bombeiros. Um helicóptero também está sendo usado para o resgate das pessoas.

A prefeitura publicou em seu site um alerta sobre as áreas alagadas, informando que as equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, da Secretaria de Saúde, da Guarda Civil Municipal e demais órgãos públicos seguem trabalhando no atendimento às vítimas.

A situação também está complicada em outras regiões da Grande São Paulo. Segundo a Defesa Civil do estado, quase a totalidade das equipes dos bombeiros trabalha no atendimento às ocorrências causadas pelas fortes chuvas desde a noite de domingo (10) e a madrugada de hoje (11).

As equipes atuam principalmente nos três deslizamentos mais graves: em Ribeirão Pires, na região metropolitana, onde duas pessoas morreram, duas estão soterradas e duas desaparecidas; no Parque São Rafael, na zona lesta da capital paulista, onde uma criança, que teve parada cardíaca, e a mãe, foram levadas ao hospital; e em Embu, também na região metropolitana, onde três vítimas em estado grave foram socorridas.

A Defesa Civil informou também que um helicóptero Águia da Polícia Militar auxilia o trabalho dos bombeiros na região da Vila Prudente, Ipiranga e Avenida do Estado, devido aos alagamentos causados pelo transbordamento do Rio Tamanduateí.

Com o transbordamento do córrego do Ribeirão dos Couros, em São Paulo, a concessionária Ecovias interditou as pistas centrais da Via Anchieta, entre o km 0 e o km 13.

Em função da inundação, a Polícia Rodoviária teve que conduzir todos os motoristas represados na pista marginal sul da Anchieta até a pista norte para que seguissem viagem. Neste momento, equipes de conservação estão no km 13 da via para o trabalho de limpeza das pistas centrais para liberá-las.

Em sua página no Twitter, o governador de São Paulo, João Dória, postou mensagem se solidarizando com as famílias atingidas pelas fortes chuvas.

“Transmito minha total solidariedade às famílias atingidas pelas fortes chuvas em diversos municípios do estado. Infelizmente, até o momento, temos 4 óbitos confirmados. Estamos monitorando todas as ocorrências no Centro de Gerenciamento de Emergências”.

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