Brasil

Temos que pensar no "day after" do impeachment, diz Serra

Senador disse nesta sexta-feira, 11, ver que Dilma Rousseff provavelmente perderá o mandato de presidente da República


	José Serra: "A hipótese do vice-presidente Michel Temer assumir o governo é grande", disse o senador
 (Jefferson Rudy/Agência Senado)

José Serra: "A hipótese do vice-presidente Michel Temer assumir o governo é grande", disse o senador (Jefferson Rudy/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 20h49.

São Paulo - O senador José Serra (PSDB-SP), o mais próximo entre os tucanos do vice-presidente Michel Temer (PMDB), disse nesta sexta-feira, 11, ver que Dilma Rousseff provavelmente perderá o mandato de presidente da República.

O senador defendeu que é preciso pensar no 'day after' do impeachment.

"Temos que nos preocupar com o 'day after', com o que vem no dia seguinte. A hipótese do vice-presidente Michel Temer assumir o governo é grande e, se isso acontecer, nós todos temos que fazer um esforço para termos uma união nacional, para reconstruir o Brasil, porque a situação que estamos atravessando é gravíssima", disse Serra após um evento no Recife ao lado do governador Paulo Câmara (PSB).

Serra defendeu que não é questão de o PSDB apoiar um governo do PMDB, mas de pensar o futuro do país.

"Não é propriamente você apoiar tal partido, não se trata disso. Trata-se de você apoiar um governo que sucederá um governo muito fraco e que terá uma responsabilidade enorme no futuro de reconstruir o Brasil. As negociações, de participação no governo, devem ser feitas com esse critério: o interesse do País."

Serra foi o único dos principais caciques do partido, até agora, a gravar um vídeo chamando as pessoas para a manifestação pró-impeachment neste domingo, 13.

"Vamos juntos às ruas, lutar pelas mudanças que o País tanto necessita. Sua presença é muito importante. Vamos juntos escrever a historia do Brasil", diz o senador em vídeo postado na sua página no Facebook.

Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin não registram apelos semelhantes em seus perfis.

O senador disse não ter a preocupação manifestada por outros integrantes da oposição de arrastar o processo de impeachment.

"Não tenho dúvida que o começo do processo de impeachment vai provocar uma espécie de 'plebiscitação' na cabeça das pessoas. Não tenho a mesma preocupação com relação ao tempo, melhor deixar pra depois, antes. Acho que tem que ir o mais depressa possível. A população brasileira formará o seu juízo e fará chegar o seu pensamento, a sua sensação, a sua decisão, aos parlamentares, que são muito suscetíveis a isso. Vejo que realmente é uma tendência de a grande maioria querer que se troque o governo."

Sobre Temer ter cometido manobras fiscais semelhantes àquelas pelas quais o governo Dilma foi condenado no Tribunal de Contas da União (TCU), em momentos quando assumiu a Presidência interinamente, Serra desconversou.

"Não conheço o processo, não vi essas representações", afirmou, mas defendeu que nessas situações, em que um vice assume quando o presidente está viajando por exemplo, seu papel é "transitório" e portanto teria que haver "outro tipo de análise".

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffGoverno DilmaImpeachmentJosé SerraMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerOposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSDBPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Pé-de-Meia: governo começa a pagar quinta parcela do programa nesta segunda

Brasil sai do Mapa da Fome após queda de população em insegurança alimentar grave

Às vésperas das tarifas de Trump, senadores tentam destravar negociações em Washington

Ciclone deve atingir Sul e Sudeste do Brasil nesta segunda; ventos podem chegar a 100 km/h em SP