Brasil

Temer terá jantar com base na busca de votos pela Previdência

O encontro será realizado na residência oficial da Câmara e está sendo promovido pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia

Temer: o Palácio do Planalto trabalha para votar a proposta na próxima quarta-feira (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: o Palácio do Planalto trabalha para votar a proposta na próxima quarta-feira (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 21h13.

Brasília - O presidente Michel Temer vai participar de uma jantar no domingo com presidentes e lideranças partidárias no domingo no esforço do governo para conquistar votos para aprovar a reforma da Previdência enxuta na Câmara ainda neste ano, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento das tratativas.

O encontro será realizado na residência oficial da Câmara e está sendo promovido pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tem feito uma dobradinha com o governo para tentar votar a proposta.

Um dos vice-líderes do PMDB na Câmara e cotado para assumir a Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS) elogiou a iniciativa do presidente de participar do encontro. Para ele, a nova versão da reforma ainda não foi "assimilada" pela base aliada.

"O governo está num momento de prestar esclarecimentos", afirmou Marun. O deputado disse que, até o momento, não houve nenhuma definição sobre a eventual ascensão dele para a Secretaria do Governo, no lugar do tucano Antonio Imbassahy.

Deputados da base têm se queixado também que a minirreforma ministerial não foi concluída --especialmente a completa saída dos tucanos do governo-- e que o novo texto da Previdência ainda causará estragos eleitorais para os parlamentares que o apoiarem.

O Palácio do Planalto trabalha para votar a proposta, no plenário da Câmara em primeiro turno, na próxima quarta-feira.

Em entrevista coletiva mais cedo, O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo não aceitará fazer novas concessão ao texto apresentado pelo relator da reforma, deputado Arthur Maia (PPS-BA), na semana passada.

Segundo uma fonte, Temer também deverá se reunir com o governador de São Paulo e provável futuro presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, para tratar da saída dos tucanos do governo e do apoio que a legenda --até então principal aliada na agenda econômica-- daráao novo texto da reforma da Previdência.

Na coletiva, Padilha afirmou que o PSDB não é mais da base de sustentação do governo e afirmou que espera o apoio do PSDB na reforma ocorra pela "histórica" defesa do partido à proposta. Ele disse que Alckmin poderá ajudar na aprovação do texto se se manifestar "objetivamente" a favor do texto.

Na conta mais otimista, segundo uma fonte palaciana, o governo teria 280 votos favoráveis à reforma. Precisaria conquistar cerca de 50 votos para ter uma maioria de segurança para passá-lo na Câmara --são necessários os votos de pelo menos308 dos 513 deputados para aprovar uma emenda à Constituição.

Uma liderança governista tinha um prognóstico mais pessimista antes da apresentação do novo texto, contabilizando 220 votos.

Prazo limite

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que o prazo limite para votar a reforma da Previdência neste ano vence na penúltima semana de trabalhos no Congresso, já que os últimos dias de sessões do Legislativo serão dedicados à votação do Orçamento.

Aguinaldo defende que a proposta seja votada ainda neste ano e prevê maior dificuldade para a aprovação do texto se a votação for deixada para 2018. "Eu acho que o esforço de votar deve ser neste ano porque no ano que vem começa o calendário eleitoral", disse a jornalistas.

"Temos que votar até a semana do dia 17", disse. "Antes da última semana (de trabalhos), até porque a última semana temos que votar orçamento."

O Congresso funciona até o dia 22 e depois entra em recesso parlamentar, retomando suas atividades apenas em fevereiro. Deputados terão, portanto, como prazo limite para votar a Previdência a semana entre os dias 11 e 15 de dezembro, enquanto o Congresso poderá se dedicar ao Orçamento entre os dias 18 a 22.

Acompanhe tudo sobre:Michel TemerGoverno TemerReforma da Previdência

Mais de Brasil

'Florianópolis é um orgulho para o Brasil e para a América', diz ministro do Turismo argentino em SC

Lula diz que Brasil vive 'uma turbulência desnecessária' causada por Trump

Em meio ao tarifaço, Eduardo Bolsonaro publica foto com secretário do Tesouro dos EUA

Governo dos EUA cancela vistos de esposa e filha de ministro Alexandre Padilha