RODRIGO MAIA: O presidente da Câmara dos Deputados (DEM-RJ) disse que a decisão sobre sua reeleição é questão interna da Câmara / Ueslei Marcelino/Reuters
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 17h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h22.
“Chance zero”
O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que a chance de alguma investigação da Operação Lava-Jato chegar até seu governo é “zero”. “Não há a menor possibilidade disso”, disse em entrevista à agência de notícias Reuters. Na mesma entrevista, o presidente admitiu que a recuperação econômica pode ser lenta, principalmente na questão do desemprego. “Nós temos de nos ater muito à questão do desemprego, essa é a principal preocupação, e isso significa o crescimento da economia”, disse. Ele justificou afirmando que, por mais que muitas empresas tenham demitido, muitas mantiveram certa capacidade ociosa, o que faz com que elas não precisem contratar, mesmo com o crescimento voltando.
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“A Câmara decide”
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, declarou nesta segunda-feira que a eleição para a presidência da Casa, que deve ser realizada no próximo dia 2, é uma questão interna. Adversários políticos de Maia defendem a impossibilidade de que ele concorra ao cargo e que o Supremo Tribunal Federal decida sobre a questão. O deputado foi eleito para um mandato-tampão após o antigo presidente, Eduardo Cunha, ter sido afastado pelo próprio Supremo e, segundo o argumento da oposição, ele não poderia ser reconduzido ao cargo dentro da mesma legislatura. A tentativa desses partidos, liderados pelo PTB de Jovair Arantes, que também concorre ao cargo, é adiar a votação para o dia 10. Maia refutou a hipótese e disse que a possibilidade de sua candidatura é uma questão interna a ser decidida pelo jurídico da Câmara. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia deu dez dias para que a Câmara se manifeste sobre o caso.
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Reforma com urgência
Também nesta segunda-feira Rodrigo Maia defendeu que a reforma trabalhista tramite em regime de urgência na Câmara. “O Brasil caminha para ter 14 milhões de desempregados, e muitos dos problemas do desemprego têm a ver com uma lei trabalhista que protege muito, mas tem tirado o emprego dos brasileiros e tem colocado esses empregos em outros países”, disse o deputado, que também criticou a Justiça trabalhista, apontando-a como uma das responsáveis pelo aumento do desemprego. Maia visitou a Câmara de Vereadores de São Paulo e o governador do estado, Geraldo Alckmin, quando tratou de uma possível revisão do pacto federativo, que daria mais dinheiro e autonomia a estados e municípios.
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Câmara vai recorrer
A Câmara de Vereadores de São Paulo vai recorrer da decisão da Justiça que vetou o reajuste de 26,34% no salário dos políticos aprovado no final de 2016. A Procuradoria da Câmara vai tentar cassar a liminar pedida pela Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo que impediu o aumento alegando que ele descumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal. O salário dos parlamentares seria elevado de 15.031,76 reais para 18.991,68. Outra ação popular já havia barrado o aumento, mas a Câmara também tinha recorrido.
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Doleiro viu tudo
O doleiro Lucio Funaro, investigado em diversas operações da Polícia Federal, teve acesso a documentos do pedido de empréstimo feito por pelo menos uma empresa à Caixa Econômica Federal. No esquema investigado pela operação Cui Bono?, empresas teriam o pedido de empréstimo liberado pela vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição, ocupada pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima e por Fábio Cleto, em troca do pagamento de propinas. Funaro, que é ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, era o responsável por operacionalizar a maneira como a propina chegaria a seu destino. O acesso aos papéis acontecia para que Funaro pudesse cobrar dos vice-presidentes celeridade na liberação do dinheiro. Tudo foi descoberto em mensagens apreendidas pela Polícia Federal. No caso descrito, a empresa que se beneficiaria do empréstimo era a BR-Vias, que fez um pedido de 300 milhões de reais ao banco.
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Investigador de SP afastado
O investigador da Polícia Civil de São Paulo que alertou delegacias de todo o estado sobre um possível ataque do PCC nesta terça-feira 17 foi afastado do cargo pelo secretário de Segurança Pública, Mágino Alves. “Os membros do PCC [Primeiro Comando da Capital] dão conta de que armas de fogo foram distribuídas aos integrantes da facção para possíveis ataques. Consta que no próximo dia 17 de janeiro o comando do PCC irá ordenar aos executores o tipo de ataque e o local onde cada um terá que agir”, dizia o comunicado. O secretário disse que o comunicado, que causou polêmica ao ser compartilhado em redes sociais, é oficial, mas seu conteúdo não bate com a realidade. “O alerta está errado. Aquilo é muito estranho. Quem emitiu aquele alerta é alguém que não sabe trabalhar com Inteligência”, criticou Alves.