Brasil

Temer se compromete a editar MP para aprovar reforma trabalhista

Em carta, Temer afirma que, dada a "urgência das medidas", foi levantada a possibilidade que fossem vetados alguns pontos

Temer: entre as mudanças, o fim da autorização para que mulheres grávidas ou que amamentem possam trabalhar em locais insalubres (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: entre as mudanças, o fim da autorização para que mulheres grávidas ou que amamentem possam trabalhar em locais insalubres (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 28 de junho de 2017 às 18h45.

Brasília - O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), leu nesta quarta-feira aos senadores da Comissão de Constituição e Justiça uma carta enviada pelo presidente Michel Temer com o compromisso de que irá enviar ao Congresso uma medida provisória com ajustes à reforma trabalhista para tentar garantir a aprovação do projeto na comissão.

Na carta, Temer afirma que, dada a "urgência das medidas", foi levantada a possibilidade que fossem vetados alguns pontos e editada uma medida provisória com os "ajustes" sugeridos pelos senadores.

"Quero aqui reafirmar o compromisso de que os pontos tratados como necessários para os ajustes, e colocados ao líder do governo, senador Romero Jucá, e à equipe da Casa Civil, serão assumidos pelo governo, se esta for a decisão final do Senado da República", diz a carta do presidente.

Depois da carta, Jucá leu aos senadores pontos de um acordo que teria sido feito entre o governo e os presidentes das comissões de Assuntos Econômicos, Tasso Jeiressati (PSDB-CE), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Edison Lobão (PMDB-MA).

Entre eles, o fim da autorização para que mulheres grávidas ou que amamentem possam trabalhar em locais insalubres com atestado médico, a vedação de contratos de exclusividade com trabalhadores autônomos e a determinação de que jornadas de 12 horas por 36 horas de descanso só possam ser acertadas em negociações coletivas.

O governo concorda também em modificar um dos pontos mais polêmicos, o trabalho intermitente. De acordo com o texto lido por Jucá, o governo admite a necessidade de uma maior regulamentação do tema.

Um dos pontos que devem ser mexidos é a instituição de uma quarentena de 18 meses para que um trabalhador contratado em regime integral para o trabalho intermitente.

Além disso, a proposta retira a multa de 50 por cento por descumprimento contratual, que poderia ser paga pelo trabalhador e prevê que deve ser regulamentada a contribuição previdenciária nesses casos.

O acordo ainda atende pelo menos uma das reivindicações dos sindicatos ao deixar claro a obrigatoriedade da participação sindical nas negociações coletivas.

"Isso não diz nada, não diz coisa com coisa. Nunca vi isso, temos quatro coisas diferentes aqui, não sei mais o que vale aqui", disse o senador Paulo Paim (PT-RS), em mais uma tentativa da oposição de suspender a votação.

A estratégia do governo é uma tentativa de evitar na CCJ a repetição da derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), na semana passada.

O Palácio do Planalto aposta suas fichas na aprovação da reforma trabalhista até a semana que vem no Senado como uma tentativa de demonstrar que ainda tem força no Congresso.

Apesar de ter maioria na CCJ, a resistência de alguns senadores da base preocupa o governo. Na CAS, a derrota contou com a ajuda de senadores do PSDB e do PSD.

Acompanhe tudo sobre:Governo TemerMichel TemerReforma trabalhistaSenado

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso