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Temer recorre a aliados para acalmar desgaste com Imbassahy

Aliados devem dizer que anúncio da nomeação de Carlos Marun (PMDB-MS) para sua cadeira, nesta quarta-feira, 22, não passou de uma "trapalhada"

Antonio Imbassahy: próprio presidente conversou com Imbassahy mais de uma vez, na tentativa de conter o mal-estar criado por notícias sobre a demissão (Viola Junior/Agência Câmara)

Antonio Imbassahy: próprio presidente conversou com Imbassahy mais de uma vez, na tentativa de conter o mal-estar criado por notícias sobre a demissão (Viola Junior/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2017 às 09h41.

Brasília - Um dia após o desgaste provocado pela tentativa de mudança na Secretaria de Governo, emissários de Michel Temer foram acionados para acalmar Antonio Imbassahy (PSDB-BA), titular da pasta.

Disseram ao tucano que o anúncio da nomeação de Carlos Marun (PMDB-MS) para sua cadeira, nesta quarta-feira, 22, não passou de uma "trapalhada".

Imbassahy deixará o cargo em breve, talvez antes mesmo do desembarque oficial do PSDB com o governo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o Palácio do Planalto procuram uma "saída negociada".

Se não houvesse, na última hora, uma ordem de Temer para segurar Imbassahy, os tucanos ameaçavam votar contra a reforma da Previdência na Câmara.

Embora a tendência do PSDB seja desembarcar da equipe no dia 9 de dezembro - quando o partido fará sua convenção -, os tucanos não querem que Temer dê o primeiro passo para não parecer que estão sendo enxotados.

Nesse cenário, as tratativas entre Temer e Aécio são para não aprofundar o confronto entre o PMDB e o PSDB e deixar as "portas abertas" para a campanha de 2018.

O próprio presidente conversou com Imbassahy mais de uma vez, na tentativa de conter o mal-estar criado por notícias sobre a demissão.

Na quarta, enquanto circulavam informações sobre sua dispensa, Imbassahy estava na reunião da Executiva do PSDB, defendendo o apoio do partido à reforma da Previdência.

Saiu de lá sem esconder o aborrecimento com os rumores e não foi ao almoço oferecido por Temer a governadores, no Palácio da Alvorada.

Em conversas reservadas, auxiliares do presidente afirmavam nesta quinta-feira, 23 que a escolha de Marun havia subido no "telhado".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articula para que a Secretaria de Governo seja entregue ao ex-ministro Roberto Brant, que foi do PFL e do PSD.

O PMDB, porém, quer voltar à articulação política e não abre mão de um peemedebista no lugar de Imbassahy.

Já o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), repetiu que seu partido não votará nada de interesse do governo enquanto Imbassahy não for trocado.

Além disso, PMDB e partidos do Centrão aguardam a mudança para negociar a divisão das secretarias ligadas ao Ministério das Cidades, agora nas mãos de Alexandre Baldy. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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