Temer: de acordo com o ministro, Temer pediu que os líderes mostrem para a sociedade que o governo está tomando medidas corretas para retomar o crescimento econômico (Ueslei Marcelino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2016 às 16h58.
Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), afirmou que o presidente da República em exercício, Michel Temer, pediu aos líderes da base aliada da Câmara que façam a defesa do governo peemedebista, deixando claro a herança "maldita" que ele recebeu dos governos do PT.
Temer e Geddel participaram de almoço com lideranças aliadas nesta terça-feira, 31, na residência da família do líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF).
"(Ele passou uma mensagem) de otimismo, de continuar nessa batida, de mostrar de forma clara no debate no Congresso Nacional que somos um governo de 20 dias, que herdamos um País no caos", afirmou o ministro na saída do evento.
"Temos que deixar de forma bastante clara que ninguém pode esquecer o que estamos herdando e que essa gente que hoje faz pose de maior oposição do mundo foi a grande responsável por tudo isso que está acontecendo no País", acrescentou.
Geddel ressaltou que Temer herdou um governo com R$ 170 bilhões de déficit nas contas públicas, com inflação de dois dígitos e com o desemprego atingindo mais de 12 milhões de pessoas.
De acordo com o ministro, Temer pediu que os líderes aliados mostrem para a sociedade que o governo está tomando as medidas corretas para a retomada do crescimento econômico e não medidas "populistas".
Delação
O ministro afirmou ainda que qualquer integrante do governo Temer que eventualmente seja citado na delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht terá de dar explicações do tamanho do problema que tiver.
"Deixa ver o que vem, se vem e como vem (sobre delação de Odebrecht). Esse negócio que falam, falam muitas coisas. Então deixe vir. Cada um vai ter quer dar explicações do tamanho do problema que tiver", afirmou.
De acordo com Geddel, qualquer ministro que "efetivamente" tiver cometido algum ilícito ou equívoco, será como o presidente em exercício Michel Temer já avisou na primeira reunião: "deixa o governo e a vida continua. Vai entrar outro no lugar e tocar o governo". "Ninguém é insubstituível", disse.
Questionado se o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), terá de deixar o governo por ser investigado pela Operação Lava Jato, Geddel Vieira Lima afirmou apenas que, na hora que surgir algum "problema específico, e se surgir", Michel Temer tomará "medidas cabíveis".
O ministro da Secretaria de Governo evitou comentar os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e que provocaram a queda de dois ministros de Temer em menos de 20 dias de governo. "Ele foi presidente da Transpetro por 13 anos no governo deles (do PT), nomeado por eles", afirmou.