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Temer quer melhorar popularidade

Em conversa com aliados, Michel Temer tem se queixado da baixa popularidade que não melhora mesmo com o avanço na economia

Michel Temer: "Todo mundo diz que quem decide se o governo é bom ou ruim é a economia. Mas o Brasil está criando empregos, as coisas começam a melhorar e eu não ganho nenhum ponto, não mexo uma vírgula nas pesquisas" (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

Michel Temer: "Todo mundo diz que quem decide se o governo é bom ou ruim é a economia. Mas o Brasil está criando empregos, as coisas começam a melhorar e eu não ganho nenhum ponto, não mexo uma vírgula nas pesquisas" (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de outubro de 2017 às 12h25.

Brasília - "É a economia, estúpido!" A frase que virou "case" de marketing eleitoral nos Estados Unidos na disputa de 1992 soa como um dogma no Brasil, mas parece cada vez mais distante nas sondagens de opinião pública. O diagnóstico foi feito pelo presidente Michel Temer, que, em conversa com aliados, tem se queixado da baixa popularidade.

"Todo mundo diz que quem decide se o governo é bom ou ruim é a economia. Mas o Brasil está criando empregos, as coisas começam a melhorar e eu não ganho nenhum ponto, não mexo uma vírgula nas pesquisas", disse Temer ao deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade, um dia antes de a Câmara derrubar a denúncia contra ele por obstrução da Justiça e organização criminosa.

O presidente citou até os títulos de propriedade rural que o governo já entregou, desde meados do ano, ao lembrar que nem assim obteve mais apoio. Continua exibindo um dígito solitário, sempre na casa dos 3%.

A receita para aumentar o desempenho não tardou. "Você precisa ir na roça, só que sem gravata nem paletó. Não adianta ficar só nesses eventos com ar condicionado", sugeriu Paulinho. Mais do que depressa, o presidente vestiu o figurino de homem do campo e pediu para o deputado ajudá-lo a organizar visitas a assentamentos.

O esforço de Temer para ultrapassar a barreira de um dígito é acompanhado de uma ofensiva do governo nas redes sociais. Mas até uma foto do presidente ao lado de seu cachorro Thor - postada no Twitter, no último dia 15 - foi alvo de críticas implacáveis. Intitulada "Domingo de Carinho", a mensagem do peemedebista dizia: "A jornada é difícil, mas sempre há tempo para o Thor."

'Gente como a gente'

Usada por políticos de A a Z, inclusive pela presidente cassada Dilma Rousseff, a estratégia para suavizar a imagem de Temer e torná-lo "gente como a gente" até agora não deu certo. Sofrendo os efeitos da seca de Brasília, o Golden Retriever tinha fisionomia abatida. Seu dono, por sua vez, não escondia o desânimo.

Mesmo no Palácio do Planalto, muitos consideraram a ideia um desastre. Nos bastidores, o "fogo amigo" na equipe de comunicação continua até hoje. Com estilo formal e sem carisma, Temer apanha dia e noite nas redes sociais. Sem a segunda denúncia pela frente, porém, ele tentará vencer a crise política mostrando resultados na economia, em mais uma tentativa de conquistar aprovação e não chegar anêmico no ano eleitoral de 2018. Até agora, pesquisas em poder do Planalto indicam que a população não sente no bolso os efeitos da pífia melhora dos indicadores econômicos.

Sob o mote "Agora é Avançar", a nova propaganda do governo terá referência ao futebol, na linha "O campeão voltou". Tudo será reembalado para tirar do papel a teoria do craque de marketing político James Carville, autor da célebre frase "É a economia, estúpido!" na campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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