Brasil

Temer "patrocina golpe dissimulado", diz Jaques Wagner

Jaques Wagner comentou a mensagem de voz vazada, segundo Temer por um "equívoco


	Jaques Wagner: de acordo com Wagner, "nenhum golpe poderá produzir união nacional"
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Jaques Wagner: de acordo com Wagner, "nenhum golpe poderá produzir união nacional" (Wilson Dias/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2016 às 20h49.

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, disse que o vice-presidente Michel Temer "patrocina o golpe dissimulado" e que a gravação do áudio divulgada hoje (11) demonstra que ele se esquece do "papel institucuional sem qualquer cerimônia".

Jaques Wagner comentou a mensagem de voz vazada, segundo Temer por um "equívoco".

No áudio, ele menciona propostas que pretende implantar em um eventual governo do vice como se o impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

De acordo com Wagner, em declaração divulgada por meio de sua assessoria de imprensa, "nenhum golpe poderá produzir união nacional".

"Com a gravação revelada hoje, fica claro que, sem qualquer cerimônia, o vice se esquece do seu papel institucional, despreza a liturgia do cargo e patrocina abertamente o golpe dissimulado. Só que nenhum golpe poderá produzir uma união nacional porque afronta a democracia", disse o ministro.

Gravação No áudio, classificado por Temer como mensagem de “palavra preliminar à nação brasileira”, o vice-presidente diz que precisa estar preparado para, caso os senadores decidam a favor do impeachment, enfrentar os “graves problemas que afligem” o Brasil, mas lembra que a decisão do Senado deve ser aguardada e respeitada.

No comunicado, ele pede a pacificação do país, diz que é preciso um governo de “salvação nacional”, com colaboração de todos os partidos para sair da crise e defende apoio à iniciativa privada como forma de gerar investimentos e confiança no Brasil.

Despreparo e ansiedade A avaliação interna do Palácio do Planalto é de que o vice-presidente demonstrou "despreparo" e "ansiedade" com o vazamento do áudio e trouxe um impacto negativo ao impeachment e à sua imagem porque mostra que ele "está conspirando".

Mais cedo, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, havia dito que o vazamento demonstra características "golpistas" de Temer.

Resposta de Temer Ao conversar com jornalistas para explicar o vazamento do áudio, o vice-presidente disse que enviou a mensagem equivocadamente a um grupo, quando queria mandar apenas para um amigo.

Segundo Temer, porém, não há novidade nas teses defendidas por ele, como prestígio aos setores produtivos, manutenção de programas sociais e chamamento dos partidos para uma "salvação nacional".

Acompanhe tudo sobre:PolíticosPolíticos brasileirosPolítica no BrasilImpeachmentMichel TemerMDB – Movimento Democrático BrasileiroGovernadoresJaques Wagner

Mais de Brasil

Polícia Federal pode suspender emissão de passaportes por falta de verba

Deputados protocolam PEC da Reforma Administrativa

Após declaração de Lula, governo diz 'não tolerar' tráfico de drogas