Vice-presidente, Michel Temer: a Executiva nacional do PMDB, no entanto, agiu para tirar a liderança de Picciani, o que aconteceu por alguns dias (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 14h17.
Brasília - O vice-presidente Michel Temer negou nesta segunda-feira que ele e a Executiva do PMDB estejam tentando influenciar uma futura decisão sobre a presidência da Câmara dos Deputados, caso o atual presidente Eduardo Cunha (RJ) seja realmente afastado por decisão do Supremo Tribunal Federal, como pediu o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, Temer e a Executiva do partido pretendem centralizar a escolha do nome de um sucessor e tentar evitar a influência do Palácio do Planalto, que teria dado sinal verde ao atual líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), para negociar o seu nome para a presidência da Casa.
“É falsa a informação de que a Executiva do PMDB influenciará nos rumos da Câmara dos Deputados. Sempre respeitei a independência das instituições e os debates internos na Casa", disse Temer, que preside o PMDB, em sua conta no Twitter.
Ainda segundo o jornal, a alegação seria de que a bancada do partido está rachada e mais uma disputa interna pioraria a situação.
Os nomes que estariam sendo considerados seriam os dos deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR) e José Fogaça (PMDB-RS), ambos considerados moderados no partido.
“Somente os deputados e os partidos ali representados têm legitimidade para escolher seus caminhos. Fui presidente por três vezes. Conheço a Câmara e a respeito. Não compactuaria com ações desagregadoras”, disse Temer.
A Executiva nacional do PMDB, no entanto, agiu para tirar a liderança de Picciani, o que aconteceu por alguns dias.
Aliado ao Planalto, o deputado agiu e recuperou o cargo na última sexta-feira, em mais uma batalha entre o Planalto e o grupo de Temer.
Na semana passada, o vice-presidente decidiu tirar alguns dias de férias logo depois da etapa da operação Lava Jato que fez buscas na casa de Cunha e atingiu em cheio o PMDB.
Temer foi para São Paulo com a previsão de voltar a Brasília apenas em 2016, mas estará nesta segunda-feira na posse do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.