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Temer não pediu outro nome para o Ministério, diz Jefferson

Jefferson e sua filha Cristiane Brasil reuniram-se com Temer na tarde desta terça após tribunal manter a suspensão da posse no Ministério do Trabalho

Temer: o presidente ressaltou que o governo está se mobilizando para reverter a liminar (Adriano Machado/Reuters)

Temer: o presidente ressaltou que o governo está se mobilizando para reverter a liminar (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 18h23.

Brasília- O presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou à Reuters que o presidente Michel Temer não pediu outro nome para substituir a indicação de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), que teve a posse para o cargo de ministra do Trabalho barrada na véspera por decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro.

Jefferson e sua filha reuniram-se com Temer e os ministros Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) no Palácio do Planalto na tarde desta terça, após o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) ter rejeitado recurso para derrubar a decisão liminar que havia suspendido a posse de Cristiane.

Jefferson disse que, no encontro, Temer ressaltou que o governo está se mobilizando para reverter a liminar, agora no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, um representante da cúpula da Advocacia-Geral da União (AGU), que esteve na reunião, estava com um recurso pronto para apresentar à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

Um pouco antes, uma fonte palaciana havia dito à Reuters que "o presidente não vai pedir que o PTB traga outro nome", acrescentando que se trata de "uma questão interna do partido".

No final da tarde, a assessoria da AGU confirmou oficialmente que irá pedir ao STF a suspensão da liminar que impede a posse da nova ministra do Trabalho, nomeada por Temer desde a semana passada.

Temer trabalha para não desagradar ao PTB --partido que tem 16 deputados e foi o primeiro a fechar questão em favor da reforma da Previdência-- a pouco mais de um mês da data marcada para a votação da proposta na Câmara.

A ordem no Palácio do Planalto, segundo a fonte palaciana, é só remarcar a posse de Cristiane para o ministério quando --ou se-- conseguir derrubar a liminar. "Vamos esperar derrubar no STF e aí vamos marcar de novo", disse a fonte. Cristiane, no entanto, continua indicada, a menos que o PTB decida apresentar outro nome.

Na segunda-feira, o juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ), concedeu liminar suspendendo a posse de Cristiane como ministra --marcada para esta terça às 15 horas-- por conta de condenações sofridas pela parlamentar justamente na Justiça do Trabalho.

O presidente do PTB afirmou que Temer disse que é preciso aguardar a decisão de Cármen Lúcia para só após isso remarcar a posse de Cristiane. Segundo Jefferson, no encontro a avaliação geral é que houve "ingerência" da Justiça em um ato privativo do presidente da República.

"Minha filha está pagando um preço por ser minha filha. Não me perdoam do mensalão", afirmou Jefferson, ao atribuir indiretamente a ação popular a pessoas ligadas ao PT --ele foi um dos algozes do partido ao denunciar o mensalão, fato que também o levou à condenação pelo Supremo.

Jefferson disse que já "criou casca", mas que sua filha está "sofrendo" com essa situação, mas tem coragem. Destacou que ela não cogita abrir mão da indicação para o cargo.

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