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Temer lamenta tiros contra caravana de Lula

Presidente diz que disparos podem ser consequência do clima de "uns contra outros"

Temer: presidente diz que lamenta tiros contra caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: presidente diz que lamenta tiros contra caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de março de 2018 às 10h26.

Última atualização em 28 de março de 2018 às 11h51.

Brasília - O presidente Michel Temer lamentou nesta quarta-feira o ataque contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorrido na véspera no Paraná, mas insinuou que a responsabilidade pelo clima de instabilidade e divisão no país vem do passado e do discurso de "uns contra outros".

"É uma pena que tenha acontecido isso. Ficamos no país com essa coisa raivosa, isso não é útil", disse Temer em entrevista à rádio Band News Vitória. "Agora, devo dizer também que na verdade essa onda de violência não foi pregada talvez por esses que tomaram essa providência. Talvez tenha começado lá atrás, e a história de uns contra outros cria essa dificuldade que gera atritos dessa natureza".

Um dos ônibus da caravana do ex-presidente Lula foi atingido por dois tiros, na terça-feira, no Paraná, além de ter os pneus furados. Lula estava em outro veículo. O ônibus atingido levava jornalistas que acompanham a viagem do ex-presidente pelo sul do país.

Temer disse que atos como esse criam "um clima de instabilidade" e pediu "paciência" durante o período eleitoral. "Vamos ter paciência, vamos discutir projetos. Podem fazer críticas, mas críticas verbais, não críticas físicas", disse.

O presidente também comentou a revelação feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, de que estaria sofrendo ameaças, e disse que "não pode acontecer no país".

"É um clima muito ruim que acaba refletindo no próprio STF. Ainda ontem eu falava com o ministro da Segurança, Raul Jungmann, que está naturalmente preocupado com o dia 4, do julgamento da matéria relativa ao ex-presidente Lula. Estamos tomando todas as providências para que não haja conflitos", disse.

Enquanto o presidente falava em entrevista, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles - possível candidato à Presidência pelo MDB ou até mesmo companheiro de chapa de Temer - condenava mais explicitamente, pelo Twitter, o episódio envolvendo a caravana de Lula.

"Numa democracia, resolvemos nossas divergências políticas nas eleições, através do debate e do respeito ao resultado eleitoral. O que aconteceu ontem no Paraná foi um atentado contra a liberdade de expressão de um líder político e isso é inadmissível numa democracia", escreveu o ministro.

Outro pré-candidato à Presidência, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, usou a mesma ferramenta para se retratar da sua fala no dia anterior, quando afirmou que os tiros contra a caravana eram resultado da política de "nós contra eles" adotada pelo PT e que o partido "colhia o que plantou".

"Toda forma de violência tem que ser condenada. É papel das autoridades apurar e punir os tiros contra a caravana do PT. E é papel de homens públicos pregar a paz e a união entre os brasileiros. O país está cansado de divisão e da convocação ao conflito", escreveu o governador em sua conta no Twitter.

Outros presidenciáveis também condenaram o ataque à caravana de Lula pelo Twitter.

"O ataque criminoso à caravana do ex-presidente Lula é absurdo e deve ser investigado com rigor", escreveu Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT.

"Quatro tiros contra a caravana de Lula. O nome disso é atentado. O nome disso é fascismo", escreveu Manuela D'Avila (PCdoB), revelando ainda que estará em Curitiba nesta quarta, com Lula, para o encerramento da caravana.

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