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Temer faz apelo para que partidos não agravem crise

O vice-presidente e articulador político do governo fez um apelo público aos partidos e ao Congresso para que evitem o agravamento da crise política


	O vice-presidente Michel Temer: Temer reconheceu que a situação é "grave"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O vice-presidente Michel Temer: Temer reconheceu que a situação é "grave" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2015 às 17h36.

Brasília - O vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, fez um enfático apelo público ao Congresso Nacional e aos partidos políticos nesta quarta-feira para que evitem uma crise política no país.

Em declaração à imprensa após maratona de reuniões com ministros e parlamentares nesta quarta, e após um início dos trabalhos do Congresso Nacional conturbado nesta semana, com a ameaça de votação de matérias que afetam as contas públicas, Temer reconheceu que a situação é "grave" e disse que "mais do que nunca" se faz necessária a harmonia pois, caso contrário, o país entrará em uma "crise desagradável".

“Não vamos ignorar que a situação é razoavelmente grave, não tenho dúvida que é grave. E é grave porque há uma crise política se ensaiando, há uma crise econômica precisando ser ajustada. Mas para tanto é preciso contar com o Congresso Nacional, é preciso contar com os vários setores da nacionalidade brasileira”, disse o vice-presidente.

“Há uma certa preocupação, não posso negar isso. Daí a razão dessa espécie de convocação, no sentido de que todos trabalhemos juntos. Não há como trabalhar separadamente porque a separação envolve prejuízos para o país.”

O Congresso Nacional retornou de um recesso branco nesta semana com a ameaça de votação da chamada “pauta bomba”, como são chamadas as propostas com impacto nas contas públicas. Segundo fontes com conhecimento dos encontros que Temer teve nesta quarta, o vice-presidente ficou irritado com o fato de base aliada não conseguir aprovar um requerimento que adiaria a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que vincula os subsídios de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU) e de procuradorias dos Estados e Distrito Federal aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ainda de acordo com uma dessas fontes, ficou acertado em encontros que Temer manteve com lideranças da base na segunda-feira que as "pautas-bomba" não seriam aprovadas pelo Congresso e o fracasso em aprovar o adiamento da votação da PEC descumpriu esse acordo, o que também irritou senadores que se encontraram com o vice-presidente também nesta quarta.

A PEC, que impacta nas contas públicas justamente em um momento em que o governo se esforça para efetivar o ajuste fiscal, não deve ser votada nesta semana, no entanto.

Texto atualizado às 17h36

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