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Temer encara com apreensão derrota de irmão de Geddel na Câmara

Parlamentares da base governista não aprovaram a tentativa de intervenção do peemedebista na escolha do primeiro vice-presidente da Câmara

Revés de irmão de Geddel é visto por auxiliares palacianos como um aceno de que o apoio a Temer não é incondicional (Beto Barata/PR/Divulgação)

Revés de irmão de Geddel é visto por auxiliares palacianos como um aceno de que o apoio a Temer não é incondicional (Beto Barata/PR/Divulgação)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 19h36.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2017 às 19h41.

Brasília - O desfecho da eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados atendeu a quase todas as expectativas  do presidente Michel Temer (PMDB). A única decepção foi a derrota do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), que concorria para a primeira Vice-Presidência da Casa.

Diante da disputa entre seus aliados pela 1ª Vice-Presidência, Temer resolveu interceder. Auxiliares do presidente revelaram a EXAME.com que ele teria pedido que José Priante (PMDB-PA) abrisse mão de sua candidatura para apoiar o irmão do ex-secretario do Governo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).

Ainda assim, outros dois nomes da base seguiram na disputa com Vieira Lima: Fábio Ramalho (PMDB-MG) e Osmar Serraglio (PMDB-PR). O irmão de Geddel ficou de fora do segundo turno. Na segunda etapa, Ramalho foi eleito primeiro vice-presidente da Casa com o apoio de 265 deputados, contra 204 votos conquistados por Serraglio.

Por que o resultado preocupa o Palácio do Planalto? Parlamentares da base governista demonstraram insatisfação com a interferência de Temer na disputa. O revés de Vieira Lima é visto por auxiliares palacianos como um aceno de que o apoio ao presidente não é incondicional.

Interlocutores de Temer disseram a EXAME.com que as primeiras votações de 2017 serão vistas como um “termômetro” do quanto a intervenção do presidente pesará nas votações das pautas econômicas no Congresso.

Ao sair da sessão solene do Congresso, o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB-RS) negou que o Planalto tenha interferido no processo eleitoral da Mesa Diretora da Casa. “Quem foi que disse isso? Não houve isso”, disse o braço-direito de Temer.

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