Temer: com os números em mãos, será possível avaliar se a intervenção militar na área de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2018 às 06h21.
Última atualização em 6 de março de 2018 às 07h28.
O jogo eleitoral de 2018 pode ser alterado quando a Confederação Nacional do Transporte divulgar hoje a pesquisa de popularidade de Michel Temer e de intenções de voto para o pleito de outubro.
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Com os números em mãos, será possível avaliar se a intervenção militar na área de Segurança Pública do Rio de Janeiro foi, de fato, um jogada populista do presidente.
No último levantamento, feito em setembro, Temer aparecia com abissais 3,4% de aprovação pessoal. À época, 45% dos entrevistados acreditavam que a segurança pública iria piorar nos seis meses seguintes.
A intervenção federal foi decretada no dia 16 de fevereiro, sendo comandada pelo general Walter Souza Braga Neto. Anunciada de maneira atabalhoada — nem o governo e nem o general possuíam planos claros para a segurança pública fluminense —, a medida foi lida no mundo político como uma maneira de o presidente atender uma demanda popular capaz de aumentar suas chances de ser um candidato viável nas urnas.
O senador Romeró Jucá, presidente do MDB, chegou a dizer que o nome do presidente era uma opção, já que o partido defende candidatura própria.
O ministro Carlos Marun, chefe da Secretaria de Governo, afirmou que a candidatura de Temer era necessária. Temer, no entanto, nega que seja candidato.
Ao capturar a discussão sobre a segurança, Temer fez com que os outros pré-candidatos adequassem suas falas, deixando a pauta econômica de lado.
O governador paulista e pré-candidato pelo PSDB, Geraldo Alckmin, fez, por exemplo, no último mês aparição com policiais, helicópteros e viaturas em uma cidade próxima na divisa com o Rio.
No Twitter, chegou a gravar vídeo elogiando a prisão de bandidos. Vendo seu tema predileto tomado, Jair Bolsonaro achou a medida do governo branda. Marina Silva, da Rede, já criticou a intervenção, mas também já apoiou.
Se os números do presidente permanecerem inalterados (ou caírem), então a intervenção terá se mostrado, nesse primeiro momento, um péssimo negócio político para Temer. Será a deixa para que seus adversários voltem aos outros temas urgentes e necessários do Brasil.
Por outro lado, se a ação do exército for capaz de operar um milagre na popularidade presidencial, deveremos ver Jucá, Carlos Marun e sua tropa defenderem o nome de Temer na cédula. A pesquisa será divulgada às 11 horas.