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Temer diz que reforma da Previdência não pode ser "modestíssima"

Presidente disse que uma reforma menos dura obrigaria governos futuros a fazerem cortes maiores

Michel Temer: "não queremos que o Brasil, daqui sete ou oito anos, seja obrigado a fazer o que os estados estão fazendo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: "não queremos que o Brasil, daqui sete ou oito anos, seja obrigado a fazer o que os estados estão fazendo" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de março de 2017 às 14h05.

Brasília - No dia em que manifestações contra a reforma da Previdência ocorrem em várias cidades do País, o presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira, 15, que não se pode fazer uma reforma "modestíssima" hoje, para que o governo não seja obrigado a realizar cortes maiores no futuro.

"Não podemos fazer coisa modestíssima agora, para daqui quatro ou cinco anos fazermos corte muito maior, como Portugal, Espanha e Grécia", afirmou o presidente, em evento do Sebrae e do Banco do Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.

Temer afirmou agora que o objetivo de medidas de ajuste fiscal como a reforma da Previdência é "prevenir o Brasil no futuro".

"Não queremos que o Brasil, daqui sete ou oito anos, seja obrigado a fazer o que os Estados estão fazendo", afirmou o presidente, em referência a Estados como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que enfrentam dificuldades para pagar salários de servidores.

Segundo ele, sem uma reforma, o Brasil pode correr o risco de cortar salários de quem está na ativa e de aposentados, e eliminar o 13º salário ou de elevar a idade mínima para se aposentar.

"Parece que será para tirar direitos, mas não tira direito de ninguém, quem tem direito adquirido não vai perder", disse.

Temer reforçou que as medidas de ajuste fiscal do seu governo, como a PEC do teto dos gastos, têm dando "rumo às contas públicas" e têm contribuído para que a inflação desacelere e os juros caiam.

"O caminho da responsabilidade começa a dar resultado", disse. "Mais um pouquinho e conseguimos o grau de investimento", acrescentou, ressaltando que o risco Brasil tem caído nos últimos meses.

O presidente salientou ainda que, "para reconstruir o Brasil", é precisar "pregar a necessidade urgente" dessa reconstrução.

"Temos pouco tempo para recolocar o Brasil nos trilhos", afirmou Temer, acrescentando que pretende entregar o País em situação melhor ao próximo presidente.

Ele destacou também que não se pode esquecer da responsabilidade social. "As carências sociais são assustadoras", disse.

Mais uma vez, Temer mostrou não estar preocupado com a sua popularidade, ao tentar diferenciar o que ele chamou de medidas populares e medidas populistas.

Segundo o presidente, medidas populistas são irresponsáveis porque têm "efeito imediato, mas depois são um desastre absoluto". Já as populares, no seu ponto de vista, "não têm aplauso imediato, mas reconhecimento posterior".

Ele também aproveitou a ocasião para ressaltar que seu governo tem trabalhado para regularizar propriedades rurais e urbanas que estão sem título. "Muita gente não tem endereço, posse e propriedade, estamos cuidando disso", afirmou.

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