Michel Temer: "O que acontece nestes quatro últimos meses é que a abertura de postos de trabalho atingiu mais de 1,5 milhão de pessoas" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 4 de maio de 2018 às 18h29.
Durante evento na manhã de hoje (4), em São Paulo, o presidente da República, Michel Temer, destacou que as taxas de desemprego vem caindo no país.
"O desemprego está começando a cair. Quando assumimos estava em torno de 14,5 milhões de desempregados. Hoje há uma coisa curiosa que a imprensa tem registrado. Temos tido, todo mês, carteiras assinadas. Em janeiro tivemos cerca de 78 mil carteiras assinadas, em fevereiro 69 mil, em março 59 mil", disse.
De acordo com o presidente, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) falam em desemprego, mas isso não seria porque o desemprego cresceu, mas porque o desempregado passou a procurar mais emprego.
"Quando você pega os dados do Ministério do Trabalho, você vê que o emprego está aumentando. Mas quando pega os dados do IBGE, a sensação é que o desemprego aumentou. É algo curioso. Mas não é porque o desemprego aumentou. É porque o desempregado, quando a economia começa a melhorar, ele, que estava desalentado e não procurava emprego, se transforma em alentado e vai procurar emprego. E, na medida em que vai procurar emprego e como ainda não há empregos para todos e ele não consegue este fato entra na margem do cálculo do IBGE", explicou.
Segundo o presidente, este fato repercute no exterior. "Outra coisa são os postos de trabalho, gente que retomou determinada atividade. O que acontece nestes quatro últimos meses é que a abertura de postos de trabalho atingiu mais de 1,5 milhão de pessoas. Portanto, é uma confiança que vem sendo retomada e que tem repercussão no exterior".
Ao falar como professor, Temer destacou a importância de se ter segurança jurídica no país para que o Brasil possa receber investimentos. "Se não tiver segurança jurídica ninguém vai investir no país. Isso é o que dá ao investidor garantia para que ele venha, tranquilamente, investir aqui".
Segundo o presidente Temer, o governo tem buscado abrir "cada vez mais" a economia brasileira. "Temos que nos abrir para o mundo preservando sempre, naturalmente, as questões nacionais, mas abrindo o comércio exterior aos investimentos estrangeiros para que tenhamos um certo papel-chave em nossa agenda de modernização do país".
Sobre a abertura econômica e comércio exterior, Temer disse que, durante participação em eventos mundiais, líderes de diversos países tem o abordado para perguntar sobre diversas ações que têm sido feitas pelo atual governo.
Entre elas, a redução da inflação, a reforma trabalhista, a fixação do teto dos gastos públicos e a redução do desmatamento. Segundo o presidente, essas ações "repercutem no exterior".
"Quatro meses depois da minha posse fui em uma reunião dos Brics (que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e, no jantar, estava o presidente Putin [o presidente da Rússia, Vladimir Putin] e ele perguntou sobre o teto de gastos públicos que tinha acabado de propor. Eu disse a ele que uma das palavras chave do nosso governo era é o diálogo que estabelecemos muito produtivo com o poder Legislativo".
Com relação a abertura política, Temer destacou os acordos internacionais dos quais o Brasil está participando, entre eles, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia e também com os países que compõem a Aliança para o Pacífico, além dos entendimentos que estão sendo negociados entre o Brasil, a Coreia do Sul e o Canadá. "Estamos trabalhando nessa direção".
O evento foi promovido pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), que lançou hoje um índice de riscos para empresas brasileiras atuarem no exterior. Em mensagem aos alunos da ESPM, Temer disse que "tem que se propagar o que está acontecendo no Brasil" e que "há a propagar".
Ao final de seu discurso, que demorou cerca de 40 minutos, Temer falou ainda sobre a intervenção no Rio de Janeiro. Números divulgados na semana passada pelo Observatório da Intervenção mostraram que, em dois meses de intervenção, os números de chacinas no Rio de Janeiro dobraram em comparação ao ano anterior. Segundo Temer, no entanto, o resultado não aparece "de um dia para o outro", mas já começa a surgir.
"Claro que o resultado não é de um dia para o outro. Fui secretário da Segurança Pública duas vezes aqui em São Paulo. E para dar resultado eram seis, sete, oito meses. Mas começou a dar resultados. Primeiro, a sensação de segurança", explicou.