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Temer diz que derrubará 2ª denúncia e que a verdade triunfará

Em vídeo publicado nas suas redes sociais, o presidente diz que lançaram contra ele "ilações, provas forjadas, denúncias ineptas"

Temer: "A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim" (Twitter/Reprodução)

Temer: "A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim" (Twitter/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de setembro de 2017 às 18h22.

Brasília - Depois de, na semana passada, desistir de fazer um pronunciamento para rebater a segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, hoje o presidente Michel Temer gravou um vídeo, disponibilizado nesta sexta-feira, 22, nas redes sociais, em que diz que há uma "marcha da insensatez" contra ele e que tem certeza de que conseguirá arquivar na Câmara a acusação de fazer parte de uma organização criminosa e obstruir a Justiça.

Sem citar nomes, Temer critica os executivos da JBS e diz que "há ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida".

"A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim. A verdade, mais uma vez, triunfará", disse.

"Tenho convicção absoluta de que a Câmara dos Deputados encerrará esses últimos episódios de uma triste página de nossa história, em que mentiras e inverdades induziram a mídia e as redes sociais nestes últimos dias. A incoerência e a falsidade foram armas do cotidiano para o extermínio de reputações", completou.

Temer diz ainda que lançaram contra ele "ilações, provas forjadas, denúncias ineptas" e que elas foram produzidas "em conluios com malfeitores" e que vai continuar governando o País até janeiro de 2019.

"Diante dos ataques que se renovam, quero expressar minha indignação e manifestar minha profunda revolta com a leviandade dos que deveriam agir com sobriedade. Tenho orgulho de estar presidente da República pelo que pude fazer até agora. Em resumo, retirei o País da recessão mais grave de toda sua história em pouco mais de ano e quatro meses de governo. Farei muito mais até janeiro de 2019", afirma.

Segundo o presidente, o princípio básico da inocência foi subvertido: "agora todos são culpados até que provem o contrário".

"E nem provas concretas bastam para repor a verdade. A marca indelével da desonra ficará em muitos inocentes que foram atingidos. Luto e lutarei contra qualquer pecha que tentem me colocar neste sentido", rebateu.

Temer disse que a verdade é valor essencial nas democracias e que só regimes de exceção aceitaram acusações sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor ou interesses escusos.

"A verdade é valor essencial nas democracias. É sobre ela que se fundam as relações sociais e a força das nossas instituições. Fora do compromisso com a realidade, nosso destino é incerto e podemos ser conduzidos a trágicos desastres. A história está repleta de exemplos. Só regimes de exceção aceitaram acusações sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor ou interesses escusos. Lamento dizer que, hoje, o Brasil pode estar trilhando este caminho", destacou.

Segundo o presidente, a única vacina "contra essa marcha da insensatez é a verdade". "E a verdade é a única arma que tenho para me defender desde o início deste processo de denúncias e que busca desestabilizar meu governo e paralisar o avanço do Brasil."

Temer diz ainda que tudo que ele afirmou desde o início dos processos da denúncia e dos ataques que vem sofrendo se confirmou, mas que ainda é preciso esclarecer alguns pontos apresentados pelos delatores.

"Apontei as reais intenções dos delatores; denunciei a manipulação de mercado que lhes deu ganho de milhões; critiquei o perdão amplo que obtiveram. Cobrei, ainda, o inexplicável envolvimento de integrantes do gabinete do ex-procurador-geral da República, que depois, certamente, foram ganhar dinheiro das empresas dos delatores; relatei que a delação e a gravação começaram muito antes dos relatos oficiais. Há ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida", disse.

Conspiração e honra

O presidente diz ainda que a revelação de áudios novos depois do acordo de delação ter sido fechado mostra que havia uma tentativa de conspiração contra ele.

"Graças aos áudios que tentaram esconder, mas que vieram a público acidentalmente, sabe-se que, contra mim, armou-se conspiração de múltiplos propósitos. Conspiraram para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos, porque sempre apontamos seus inúmeros delitos", disse.

Segundo o presidente, queriam parar o País, mas ele tem a "convicção de que os parlamentares submeterão essa última denúncia aos critérios técnicos e legais, e à verdade dos fatos".

"Uma análise crítica e desapaixonada provará os abusos dos que conspiraram contra a Presidência da República e o Brasil", disse.

O presidente, que amanhã completa 77 anos, também falou que quer limpar o seu nome e deixar uma biografia de herança para a sua família.

"Me orgulho de uma longa vida de muito trabalho, estudo e dedicação ao longo da qual fui advogado, professor, procurador do Estado, presidente da Câmara e, agora, presidente da República. Quero continuar a honrar meu nome, herança limpa que recebi de meus pais e que deixarei limpo para meus filhos, filhas, netos e netas", diz.

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