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Temer defende parlamentarismo como sistema de governo em 2018

Segundo o presidente, o Poder Legislativo era visto como um apêndice do Poder Executivo e, em seu governo, os dois trabalham juntos

Temer: defendeu um sistema parlamentarista semelhante ao português ou francês (Paulo Whitaker/Reuters)

Temer: defendeu um sistema parlamentarista semelhante ao português ou francês (Paulo Whitaker/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 14h40.

O presidente Michel Temer afirmou hoje (8) que o Brasil pode caminhar para a adoção do parlamentarismo como sistema de governo em 2018. Ao dizer que tem muita simpatia pelo sistema, Temer argumentou que o Brasil já fazendo "quase um pré-exercício de parlamentarismo".

Segundo o presidente, o Poder Legislativo era visto como um apêndice do Poder Executivo e, em seu governo, os dois trabalham juntos. "Não é improvável que este exemplo que estamos dando possa em breve tempo se converter em um sistema semipresidencialista ou semiparlamentarista. Há de ser um sistema parlamentarista do tipo português ou francês, em que também o presidente da República, sobre ser eleito diretamente, ainda tem uma presença muito ativa no espectro governativo. Se [o parlamentarismo] puder vir em 2018, seria ótimo, mas, se não vier, quem sabe prepara-se para 2022", disse Temer, após participar da abertura do 27º Congresso Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Imposto de Renda

Temer negou que o governo considere o aumento da alíquota do Imposto de Renda. "Há os mais variados estudos que se fazem rotineiramente pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento. Este é um estudo dos que estãos endo feitos, mas nada decidido."

Em discurso na abertura do congresso, o presidente elogiou as reformas já feitas em sua administração e as que ainda estão em andamento. Ele afirmou que faz um governo reformista, que busca colocar o país nos trilhos.

"Este é um governo reformista, que busca colocar os trilhos no lugar para que quem chegar em 2018 possa apanhar a locomotiva e caminhar com naturalidade."

Temer lembrou que, quando chegou ao governo, o país registrava inflação de quase 10% e que atualmente o índice está em 3%. "A taxa Selic, que estava em 14,25%, hoje está em 9,25% devendo chegar a 7,5% no final deste ano. I

sso exigirá que a taxa de juros real também caia e isso vai significar possibilidade de crédito mais aberto", disse.

O presidente destacou também que fazer a reforma da Previdência é prever o futuro e garantir a aposentadoria no futuro em um país como o Brasil, no qual o déficit previdenciário foi de R$ 184 bilhões este ano e que deve chegar a R$ 205 bilhões no ano que vem, caso nada seja feito.

"Se não fizermos nada. será dificílimo enfrentar os próximos anos. Pois só haverá recursos para pagar o funcionalismo público e a Previdência".

Reformas

Ele lembrou ainda que, no início do governo, não foi fácil propor o teto para os gastos públicos, que significa cortar na própria carne. "Muitos chamaram isso de PEC [proposta de emenda à Constituição] da Morte, que iria acabar com a educação e a saúde. Passou o tempo e construímos o orçamento pautados pela PEC da Morte e aumentamos a verba para R$10 milhões para cada área". Quanto à reforma do ensino médio, Temer ressaltou que a proposta foi feita com base em trechos de vários projetos de lei propostos no Congresso Nacional. "Houve oposição e crítica, mas foi aprovada por mais de 95% de todos os setores".

Temer disse também que foi positiva a reforma trabalhista. Ele ressaltou que a modernização da legislação foi obtida com diálogo aberto entre governo, empresários e centrais sindicais.

Segundo o presidente, ao longo dos últimos 14 meses, seu governo tem prestigiado a iniciativa privada com a convicção de que o combate ao desemprego ocorre pelo estímulo à atividade do setor privado.

"Uma das tarefas é tentar mudar a cultura do Brasil dizendo que há desemprego, mas não querer que haja produção. Se você não incentivar a indústria, o setor de serviços, o agronegócio, como se criará emprego?

É preciso incentivar a atividade conjugada de todos os setores da iniciativa privada". Ele ressaltou ainda que o estado não pode prosperar se não transferir várias de suas atividades para a iniciativa privada. "É o que estamos fazendo. Estamos modernizando o país," afirmou o presidente.

 

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