Brasil

Temer convoca Padilha e ministros para reunião de emergência

No encontro com aliados, o presidente deve fazer uma avaliação das delações dos ex-executivos da Odebrecht para a força-tarefa da Lava Jato

Cláudio Melo Filho afirmou em delação que Temer pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht em 2014 (foto/Getty Images)

Cláudio Melo Filho afirmou em delação que Temer pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht em 2014 (foto/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de dezembro de 2016 às 16h06.

Por Murilo Rodrigues Alves e Carla Araújo

Brasília, 11 - O presidente Michel Temer convocou uma reunião de emergência neste domingo, 11, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e outros ministros do seu governo para uma avaliação das delações dos ex-executivos da Odebrecht para a força-tarefa da Lava Jato.

No encontro, que acontecerá no Palácio do Jaburu, Temer também discutirá medidas para a retomada da economia ainda este ano. Essa reunião não estava prevista na agenda do presidente. Na sexta-feira, à noite, depois do vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho, na qual foi citado, Temer foi para São Paulo. Ele retornou à Brasília por volta da hora do almoço deste domingo.

O Palácio do Planalto reagiu aos vazamentos com "preocupação" e sem "ingenuidade". A ordem do presidente Michel Temer é evitar muitos comentários, reforçar que as delações precisam se comprovar e que o governo tem que "continuar trabalhando" pelo País. Interlocutores do presidente, entretanto, admitem que "os efeitos disso precisam ser observados" e que a Lava Jato sempre foi e continua sendo um fato "imponderável".

Cláudio Melo Filho afirmou em delação que Temer pediu R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht em 2014. Oficialmente, o Planalto negou ontem à noite a informação e afirmou que não há mais comentários a serem feitos e que a nota divulgada "diz tudo". No texto para responder as acusações, o presidente repudia "com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho". "As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente", completa a nota.

Nesta semana, está prevista a última votação da PEC do Teto dos Gastos, marcada para terça-feira, 13, e da LDO. O governo não quer que a tramitação dessas medidas, e da reforma da Previdência, sejam prejudicadas com o teor das delações dos ex-executivos da Odebrecht.

Pesquisa

Hoje, o Datafolha divulgou pesquisa que mostra um aumento da impopularidade do presidente. A parcela dos brasileiros que considera o governo Michel Temer ruim ou péssimo saltou de 31% para 51% de julho para dezembro. Segundo pesquisa Datafolha, 34% consideram a atual gestão regular e 10%, boa ou ótima. Em julho, quando ainda era interino no cargo, Temer era avaliado como regular por 42% e como ótimo ou bom por 14% dos entrevistados pelo instituto.

A falta de expectativas com a melhora da economia é a principal explicação para a piora na percepção do atual governo. Em julho 30% achavam que a situação econômica do País iria piorar - hoje são 41%. Já os que achavam que iria melhorar eram 38% em julho e são 28% agora.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaMichel TemerNovonor (ex-Odebrecht)

Mais de Brasil

Haddad e Tebet manifestam preocupação com aumento de gastos com benefícios da Previdência

Lewandowski diz que não há evidências de ação em larga escala de espiões no Brasil

Leilão de 'teste' da BR-163 termina sem novas propostas; atual concessionária mantém contrato

Governo de SP assina contrato de concessão das linhas 11, 12 e 13 da CPTM