ALEXANDRE DE MORAES: o ministro do STF pediu vista, adiando a decisão da corte sobre aceitar ou não denúncia contra Bolsonaro, que já é réu em outras duas ações penais / Marcelo Camargo/Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2018 às 06h59.
Última atualização em 29 de agosto de 2018 às 07h18.
Temer autoriza Forças Armadas em RR
O governo federal decidiu empregar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima, autorizando o uso das Forças Armadas no Estado que lida com um fluxo crescente de imigrantes venezuelanos, afirmou nesta terça-feira o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. O ministro disse que ainda sabia o efetivo que será empregado em Roraima, mas descartou uma intervenção federal no Estado, onde há também uma preocupação com o sistema prisional, de acordo com Jungmann. Jungmann esteve na semana passada na cidade fronteiriça de Pacaraima, onde pôde ver de perto o grande fluxo imigratório de venezuelanos e as dificuldades enfrentadas em Roraima e na relação com os brasileiros. Segundo o ministro, a entrada de venezuelanos no país também está sendo usada politicamente na região, faltando pouco mais de um mês para a eleição.
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Bolsonaro no Jornal Nacional 1
Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo Partido Social Liberal (PSL), protagonizou um embate com Renata Vasconcellos nesta terça-feira (28) no Jornal Nacional. O candidato foi questionado pela jornalista sobre declarações anteriores em que minimizou a importância da desigualdade salarial entre homens e mulheres. O candidato levantou a questão de Renata supostamente receber menos que Bonner apesar deles serem ambos âncoras do jornal. “O meu salário não diz respeito a ninguém e eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu”. O candidato retrucou que a Globo recebe milhões de propaganda oficial. A já tradicional série de sabatinas, que começou nesta segunda-feira com Ciro Gomes (PDT), continua com Geraldo Alckmin na quarta-feira (29) e Marina Silva na quinta-feira (30).
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Bolsonaro no Jornal Nacional 2
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 28, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que o “único insubstituível” em um governo seu seria ele mesmo. A afirmação do presidenciável se deu após ele admitir que seu escolhido para um superministério da Economia, o economista Paulo Guedes, poderia deixar sua gestão em caso de conflitos. Bolsonaro ressaltou, contudo, que “duvida” que haveria problemas entre ele e Guedes. “É parecido com um casamento. Estou namorando Paulo Guedes há um tempo e ele a mim também. Nós [Bolsonaro e Bonner] somos separados. Até o momento da nossa separação não pensamos em uma mulher reserva. Se isso vier a acontecer, por vontade dele ou minha, paciência”, respondeu Bolsonaro.
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Moraes pede vista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes pediu vista e adiou o julgamento, no qual a Corte decidia se aceita ou não denúncia por racismo contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). O placar estava dois a dois quando a sessão foi suspensa pelo pedido de Moraes, que afirmou que deve liberar a ação na semana que vem. Votaram pela abertura da ação penal a ministra Rosa Weber e o ministro Luís Roberto Barroso. Votaram contra Marco Aurélio Mello e Luiz Fux. A ação contra Bolsonaro foi apresentada pela Procuradoria Geral da República em abril.
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Haddad e o MP
A assessoria do ex-prefeito e candidato a vice na chapa presidencial do PT, Fernando Haddad, afirmou em nota que demonstrou com documentos que “todo o material gráfico produzido em sua campanha (a prefeito em 2012) foi declarado e que não havia razão para receber qualquer recurso não declarado da [empreiteira] UTC”. Conforme revelado pelo Estadão, o Ministério Público de São Paulo moveu nesta segunda uma ação de improbidade administrativa contra Haddad, na qual pede a condenação do petista por enriquecimento ilícito. Segundo o MP, o ex-prefeito “tinha pleno domínio” sobre o pagamento, pela UTC Engenharia, de uma dívida de 2,6 milhões de reais da campanha de 2012 à prefeitura com recursos de caixa 2. Em resposta, a assessoria do petista afirmou que a UTC “teve seus interesses confrontados logo nos primeiros dias da gestão Haddad na Prefeitura de São Paulo, principalmente com a suspensão da construção do túnel da Avenida Roberto Marinho, cuja obra mostrava indícios claros de sobrepreço”.
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O glifosato vai ou não vai?
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que uma decisão que revoga a proibição do uso do glifosato deve ser emitida ainda nesta terça-feira. Em evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Maggi disse esperar a decisão Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília (DF). Uma liminar que suspendeu oregistro de produtos à base de glifosato, abamectina e tiram saiu no início do mês. A medida foi tomada apesar de o produto ser um herbicida utilizado há décadas em importantes lavouras brasileiras, especialmente na soja, o principal produto de exportação do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa. Na semana passada, Maggi chegou a comunicar que a liminar havia sido derrubada, mas corrigiu-se um dia depois, dizendo que o assunto segue em análise na Justiça.
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Colômbia vai sair da Unasul
O governo da Colômbia anunciou sua saída da União de Nações Sul-americanas (Unasul) dentro de seis meses. Segundo anúncio do presidente recém-empossado, Iván Duque, a decisão é uma medida contra a cumplicidade do bloco com o regime da Venezuela. O bloco foi criado em 2008 pelo líder socialista da Venezuela Hugo Chávez para contrabalancear a influência dos Estados Unidos na região, em um momento no qual vários presidentes de esquerda governavam na América do Sul. Em abril, a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru haviam anunciado que deixariam de participar por tempo indeterminado da Unasul, porque o órgão tinha se tornado parcial em relação ao governo da Bolívia e da Venezuela. O presidente colombiano, que tomou posse em 7 de agosto, vem rechaçando as ações de Nicolás Maduro, que qualifica como ditador, responsável por mergulhar a Venezuela em uma crise econômica e humanitária profunda que tem levado os cidadãos a migrarem para outras nações, especialmente a Colômbia.
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Renúncia pop
O ministro do Meio Ambiente da França, Nicolas Hulot, renunciou ao cargo, nesta terça. Em uma entrevista ao vivo a uma rádio, o ambientalista afirmou que estava frustrado com o progresso lento das metas climáticas e da política de energia nuclear, e que não queria mais “mentir para mim mesmo, ou criar a ilusão” de que o país estava enfrentando os desafios climáticos. Hulot foi um dos primeiros escolhidos de Macron para seu gabinete após a vitória na eleição de 2017, sendo encarregado de comandar os esforços da França no combate ao aquecimento global capitalizando um acordo climático histórico assinado em Paris em dezembro de 2015. Mas o presidente atenuou uma série de promessas de campanha sobre o meio ambiente, incluindo o compromisso de reduzir a parcela de energia nuclear na eletricidade francesa para 50% até 2025 e fomentar a energia renovável.
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O papa e o arcebispo
O jornal americano The Washington Post publicou, nesta terça, uma reportagem em que mostra que o Papa Francisco negou a promoção do arcebispo Carlo Maria Vigano. No domingo, Vigano acusou o papa de saber dos casos de abuso sexual contra crianças no estado de Washington. Em uma carta de 11 páginas, o arcebispo também afirma que o papa “sabia pelo menos desde junho de 2013” que o arcebispo Theodore McCarrick era uma um “predador serial”. Além de Francisco, Vigano também acusou o papa Emérito Bento 16 de saber sobre o caso. No depoimento, o arcebispo – que é conhecido como um dos mais conservadores de Roma – pediu a renúncia do papa.