Temer: a conversa foi agendada após Cármen Lúcia rebater críticas de Renan ao juiz Vallisney de Souza Oliveira (Christopher Goodney/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 19h00.
Última atualização em 25 de outubro de 2016 às 19h22.
Brasília - O presidente Michel Temer quer ter um papel de "conciliador" e agendou para esta quarta-feira, 26, a princípio às 11 horas, um encontro com os presidentes dos três poderes: Cármen Lúcia (Supremo Tribunal Federal), Renan Calheiros (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara).
Segundo interlocutores do presidente, a ideia de marcar a "DR" é evitar que ruídos entre representantes dos três poderes possam colocar em risco a agenda de retomada do crescimento que o governo pretende implementar.
Nesta terça-feira, 25, mais uma vez, Temer se encontrou com Renan pela manhã no Palácio do Planalto e acertou o encontro a fim de evitar uma crise maior, após as declarações do presidente do Senado causar mal estar com o Judiciário.
Para aliados do presidente, essa aproximação com Renan - que esteve pelo terceiro dia com Temer - está sendo considerada bastante positiva.
A conversa com os mandatários dos três Poderes foi agendada após Cármen Lúcia rebater, nesta terça-feira, 25, as críticas de Renan ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara da Justiça Federal de Brasília.
"Onde juiz for destratado, eu também sou", declarou a presidente do STF. A ministra disse ainda que o Judiciário exige respeito dos demais Poderes da República. Oliveira foi o responsável por autorizar, na sexta-feira, 21, a prisão de quatro policiais legislativos, além de uma operação de busca e apreensão na sede da Polícia Legislativa no Congresso Nacional. Na última segunda-feira, 24, Renan disse que a operação foi "fascista" e chamou Oliveira de "juizeco".
Caso Moraes
O encontro entre Renan e o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, deve acontecer apenas na sexta-feira, 28, durante o lançamento do Pacto Nacional pela Segurança Pública.
No seu desabafo contra a ação da Polícia Federal, Renan chamou Moraes de "chefete de polícia" após o ministro afirmar que os agentes da polícia legislativa "extrapolaram" a competência.