Michel Temer: "Não vou ficar apenas na intervenção, entre amanhã (sábado) e depois estarei anunciando o ministério extraordinário da Segurança Pública" (Valter Campanato/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 14h45.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2018 às 11h56.
Brasília — O presidente Michel Temer disse em entrevista à Rádio Bandeirantes que ainda avalia o formato da criação do Ministério da Segurança, que há cerca de "dez nomes cogitados" para o cargo e que deve fazer o anúncio da formalização da criação da pasta até a próxima segunda-feira, dia 26.
"Não vou ficar apenas na intervenção, entre amanhã (sábado) e depois estarei anunciando o ministério extraordinário da Segurança Pública", afirmou Temer nesta sexta-feira, 23, para depois completar: "Ainda não se sabe (o nome), vou anunciar na segunda-feira. Há uns dez nomes cogitados."
Temer disse que a criação da pasta "pode implicar" em mais gastos, porém a medida "é importante". "Nós já temos as missões constitucionais que cabem à União Federal, tráfico de drogas, fronteiras. O que nós vamos fazer com o ministério é coordenar a ação de segurança pública em todo o País, o que nenhum governo federal quis fazer", declarou. "Eu tive coragem para fazer isso."
Segundo o presidente a nova pasta vai usar também a área de inteligência "para desbaratar o crime organizado". "O Ministério da Segurança vai cuidar de constituir uma guarda nacional", anunciou. De acordo com Temer, mesmo com a migração da Polícia Federal da pasta da Justiça para o novo ministério, a PF continuará com "autonomia absoluta para fazer o seu trabalho".
O presidente rechaçou a possibilidade de criação de tributos para custear as ações de segurança e disse que o Rio usará recursos estaduais e se for necessário receberá aportes do governo federal. "Não haverá imposto nenhum sobre segurança; não há essa intenção", afirmou.
Temer disse ainda que está avaliando o melhor formato de criação da pasta e, apesar de pensar na possibilidade de editar um decreto, seria "bom" que a medida passasse pelo Congresso. Segundo Temer, há "urgência e relevância" para justificar a criação da nova pasta.
O presidente Michel Temer afirmou na entrevista não ter preocupação em ficar sem o foro privilegiado, depois de dizer que não irá se candidatar à reeleição. "Eu não tenho nenhuma preocupação com essas denúncias pífias", disse.
Para Temer, as "conspirações de natureza moral" que tentaram derrubá-lo não foram fáceis, mas mostraram o seu "prestigio no Congresso Nacional", na votação das denúncias. Segundo o presidente, em nenhum momento ele teve receio de perder o cargo.
O presidente disse ainda que espera chegar ao fim do seu mandato podendo dizer que cumpriu o lema que está na bandeira no Brasil, de ordem e progresso. "Não vou tolerar a história de sair da Presidência como um sujeito corrupto", completou.