Temer: "é apenas um começo, mas depois de 22 meses de números negativos é a primeira vez que temos um número positivo no tocante à abertura de empregos" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 16 de março de 2017 às 17h31.
Última atualização em 16 de março de 2017 às 17h49.
Brasília - Em busca de notícias positivas em meio à crise causada, mais uma vez, pela operação Lava Jato, o presidente Michel Temer anunciou pessoalmente o primeiro aumento no número de empregos desde março de 2015, mas se recusou a comentar o fato de seis de seus ministros estarem na lista de pedidos de inquérito entregue pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal.
"A economia volta a crescer e os dados estão cada vez mais claros. É verdade que é apenas um começo, mas depois de 22 meses de números negativos é a primeira vez que temos um número positivo no tocante à abertura de empregos", disse Temer.
Criado em 1965, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é divulgado mês a mês ou de forma eletrônica ou em uma entrevista do ministro do Trabalho.
Não há registro recente dos números de emprego terem sido anunciados pelo presidente em declaração no Palácio do Planalto.
No entanto, atingido pelas mais recentes revelações da operação Lava Jato, no Palácio do Planalto a ordem é buscar boas notícias e mostrar que o governo continua trabalhando normalmente.
Em sua fala, o presidente citou no rol de notícias positivasa informação de que a inflação deve ficar, este ano, abaixo do centro da meta de 4,5 por cento, a decisão da agência Moody's de elevar a perspectiva de nota do Brasil de negativa para estável e o resultado dos leilões de aeroportos hoje, que teve um ágio de 20 por cento.
"São quatro fatos que menciono para revelar o otimismo que deve guiar os nossos passos, do governo e da economia", afirmou o presidente.
Temer afirmou ainda que os dados positivos animam o governo a continuar investindo nas reformas estruturais do país, como a reforma da Previdência.
"Tenho a sensação que o Congresso vai continuar apoiando essas medidas que reforçam a estabilidade das instituições. Estamos em clima de estabilidade política e social no país", disse.
Ao deixar a sala onde foi feita a declaração, Temer foi questionado se não causava constrangimento ao governo o fato de seis de seus ministros estarem nos pedidos de abertura de inquérito apresentados pala PGR ao STF. O presidente ouviu a pergunta, mas não quis responder.
Na lista estão os dois ministros mais próximos do presidente, Eliseu Padilha (Casa Civil) eMoreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), os tucanos Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades), além de Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).