Jair Bolsonaro: presidente criticou a CPI que apura ataques em redes sociais e divulgação de notícias falsas (Adriano Machado/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 19h38.
Brasília — Enquanto a deputada e ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), prestava esclarecimentos à CPI das Fake News na tarde desta quarta-feira na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro, durante uma visita à feira popular em Brasília, disse que havia "um idiota prestando depoimento a esta hora lá", sem citar nominalmente a parlamentar.
O presidente disse não temer nenhuma reação no Congresso com o inquérito que apura a existência do "gabinete do ódio", supostamente formado por assessores do Palácio do Planalto e ligados à família Bolsonaro, que seriam encarregados de coordenar ataques virtuais e disseminação de notícias falsas nas redes sociais.
"Chance zero. O gabinete do ódio inventaram, e alguns idiotas acreditaram. Outros idiotas vão até prestar depoimento, como tem um idiota prestando depoimento a esta hora lá", disse Bolsonaro. A ex-líder do governo disse que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, é um dos coordenadores de estrutura montada pelo grupo de apoiadores de Bolsonaro para fazer ataques virtuais.
Segundo a deputada, Eduardo está “amplamente envolvido” no esquema, do qual também fazem parte assessores dele e de outros deputados federais e estaduais, além de integrantes do Planalto. A deputada foi convidada a depor na comissão de inquérito e, antes de começar a ser questionada, fez uma apresentação com dados levantados nas redes do deputado e do presidente por uma ferramenta criada pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, chamada Botometer, que identifica robôs no Twitter.
O levantamento foi feito a pedido dela. "O que eu vou mostrar aqui é fruto de uma investigação que eu comecei a fazer com muito mais intensidade depois que eu virei o alvo de ataques coordenados na internet. Inclusive os laudos apresentados são assinados por perito renomado", disse Joice.