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"Tem que manter isso, viu?", disse Temer sobre mesada a Cunha

Joesley Batista, da JBS, diz ter gravado conversa com Temer na noite de 7 de março durante reunião de cerca de 40 minutos no Palácio do Jaburu

Michel Temer: Joesley afirma que o presidente "tinha pleno conhecimento" da operação pelo silêncio do peemedebista (Ueslei Marcelino/REUTERS/Reuters)

Michel Temer: Joesley afirma que o presidente "tinha pleno conhecimento" da operação pelo silêncio do peemedebista (Ueslei Marcelino/REUTERS/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2017 às 21h05.

Última atualização em 17 de maio de 2017 às 22h47.

São Paulo — "Tem que manter isso, viu?", disse o presidente Michel Temer (PMDB) sobre mesada milionária ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), segundo revelou o executivo Joesley Batista, do Grupo JBS.

A informação foi revelada com exclusividade pelo jornalista Lauro Jardim, no site do jornal O Globo.

Joesley diz ter gravado conversa com Temer na noite de 7 de março durante reunião de cerca de 40 minutos no Palácio do Jaburu.

O executivo disse que comentou detalhes com o presidente da mesada também paga ao lobista Lúcio Funaro, antigo aliado de Cunha.

Os dois estão presos - o ex-deputado pegou 15 anos e quatro meses de condenação imposta pelo juiz federal Sérgio Moro; o lobista está custodiado preventivamente em Brasília.

Em depoimento aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Joesley disse que "não foi" Temer quem determinou a mesada a Eduardo Cunha.

Mas ele afirma que o presidente "tinha pleno conhecimento" da operação pelo silêncio do peemedebista.

Os pagamentos ilícitos foram monitorados pela Polícia Federal. O procedimento é denominado "ação controlada" - com autorização judicial, agentes seguem os alvos, fazem filmagens e gravações ambientais.

Um repasse filmado foi de R$ 400 mil para uma irmã de Funaro, Roberta.

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