Brasil

Telemedicina, aprovada há 23 dias, volta a ser proibida hoje

Prática de medicina à distância será oficialmente revogada nesta terça; até aprovação de novo texto a teleconsulta fica proibida

Fila de espera em hospital: tecnologia é oportunidade para reduzir custos e aumentar a eficiência dos tratamentos

Fila de espera em hospital: tecnologia é oportunidade para reduzir custos e aumentar a eficiência dos tratamentos

DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 06h58.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2019 às 07h14.

A prática da medicina a distância voltará a ser limitada no Brasil. No dia  3 de fevereiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM), aprovou a resolução número 2.227/2018, que passou a permitir consultas, diagnósticos e até cirurgias a distância, tanto no SUS quanto na rede privada. Era a consolidação de um tema que ao longo dos últimos anos tem gerado polêmica, mas que abre inúmeras possibilidades de redução de custos e aumento de eficiência. A inflação médica no Brasil, não custa lembrar, avança quase 20% ao ano no Brasil.

Ao longo de fevereiro, a telemedicina virou tema até de reportagem de capa da revista Veja. Mas, nesta terça-feira, tudo deve voltar a ser como antes. A resolução que regulamenta a telemedicina será oficialmente revogada nesta terça-feira (26), em uma sessão plenária extraordinária do Conselho Federal de Medicina, em Brasília.

Com isso, até aprovação do novo texto — que será elaborado a partir de propostas encaminhadas pelos médicos e pelas entidades médicas —, a telemedicina ficará subordinada aos termos da resolução CFM número 1.643/2002, que não permite teleconsulta, telediagnóstico, telecirurgia, teletriagem, telemonitoramento nem teleconferência de ato cirúrgico. No entanto, em caso de emergência, o médico pode emitir laudo a distância e prestar suporte diagnóstico ou terapêutico.

Esse revés se dá principalmente pela “necessidade de tempo para concluir as etapas de recebimento, compilação, estudo, organização, apresentação e deliberação sobre todo o material já recebido e que ainda será recebido […], com o objetivo de entregar aos médicos e à sociedade em geral um instrumento que seja eficaz em sua função de normatizar a atuação do médico e a oferta de serviços médicos à distância pela tecnologia”, diz informe do CFM.

O revés trava um revolução no mercado brasileiro. Segundo reportagem da revista Veja, 76% dos hospitais nos Estados Unidos usam a telemedicina e 35 estados têm leis próprias em torno do assunto. Mas existe evidente espaço para crescimento. Uma pesquisa americana realizada pela Physicians Foundation com mais de 8 000 especialistas informa que apenas 18,5% dos médicos usam alguma forma de tecnologia para diagnóstico remoto.

Já na Inglaterra, um serviço de cuidados a distância para idosos com doenças crônicas reduziu em 15% as visitas de emergência; em 20% as admissões hospitalares; em 14% a ocupação de leitos hospitalares; e em 45% as taxas de mortalidade. Que o Brasil avance no debate, mas que avance.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeMedicinaMinistério da SaúdeSaúdeTecnologia da informação

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP